No AMAZÔNIA:
Duas pessoas acusadas em envolvimento com exploração sexual de crianças e adolescentes foram presas ontem, em Portel. Edna Santos Balieiro, 47 anos, e Vilarinho de Souza, 35 anos, foram detidos pela Polícia Civil após a Justiça decretar a prisão preventiva da dupla. Edna foi flagrada em reportagem exibida no Fantástico, no domingo, oferecendo a filha de 17 anos para programa sexual.
No dia seguinte à matéria jornalística, Socorro Maciel, diretora da Divisão de Atendimento a Adolescente (Data), mandou uma equipe de policiais para a ilha do Marajó investigar as denúncias apresentadas em cadeia nacional pela TV Globo. A delegada Maria José Moraes, que investiga casos semelhantes na Data, chefia a operação.
Ontem, após identificação de parte das pessoas que apareceram na matéria e iniciadas as investigações, a Justiça decretou a prisão preventiva de Edna e Vilarinho. Os dois foram presos e a adolescente que era negociada foi ouvida em depoimento.
Segundo Socorro Maciel, todos negaram envolvimento no esquema de exploração sexual, a despeito das imagens exibidas.
Durante a matéria, a equipe de reportagem flagrou Edna negociando a filha para um 'programa' pela quantia de R$ 10,00. Em seguida, ela é procurada pela equipe, que está disfarçada, e vende a adolescente por R$ 500,00.
Para a delegada, o papel dos envolvidos está claro e as investigações provarão isso. Vilarinho, que também aparece na reportagem, é suspeito de ser um dos cafetões que atuam no lucrativo mercado da prostituição infanto-juvenil em Portel.
A equipe de policiais deve permanecer na cidade por mais alguns dias. A ordem é fazer o levantamento de outros casos, investigar novas denúncias e averiguar se há no município uma rede de pedofilia e exploração, como a já investigada pela CPI da Pedofilia em Breves, outra cidade do arquipélago.
Um dos casos mais emblemáticos até então, naquela região, lembrou a delegada, resultou na condenação, este ano, do então vereador de Portel, Roberto Alan de Souza Costa, o 'Bob Terra'. Ele foi condenado a 12 anos de prisão pelo estupro de uma adolescente, que na época do crime tinha apenas 13 anos. O caso foi denunciado pelo bispo do Marajo, dom José Luiz Azcona.
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