domingo, 1 de fevereiro de 2009

Heranças do fórum social

No AMAZÔNIA:

Nada menos que R$ 145 milhões foram utilizados para organizar Belém para receber o Fórum Social Mundial, que se encerra hoje. Governo Federal, Governo do Estado e Prefeitura de Belém uniram forças para investir na infra-estrutura. A edição deste ano do FSM atraiu o maior volume de investimentos públicos desde a criação do evento, que reúne organizações da sociedade civil de todas as parte do mundo.
De acordo com a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), o recorde de participação pertencia a última edição feita no Brasil, em Porto Alegre (RS) em 2005, que somou 155 mil participantes e recebeu cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos. Segundo os organizadores do fórum, o gasto deste ano ajudará a sanar, pelo menos em parte, uma série de falhas nos serviços públicos de Belém, capital com um dos piores saneamento básico do País, altos índices de violência e caos no trânsito.
Os campi da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), principais pontos da programação do Fórum, receberam investimento maior. Foram mais de R$ 13 milhões injetadosl. Foram erguidas obras no entorno da UFPA e Ufra como na Avenida Perimetral, que recebeu mais de um quilômetro duplicado e o restante recebeu melhorias consideráveis até a Avenida João Paulo II. Para a secretária de Governo Ana Claudia Cardoso, a população paraense será favorecida com o FSM. 'Após o término do Fórum toda a infra-estrutura vai permanecer beneficiando a população paraense', afirmou. Como exemplo de algo que deveria permanecer com o fim do FSM, o policiamento ostensivo no Guamá é apontado como prioridade. Mas será que os policiais resolveriam o problema da segurança em parte do bairro do Guamá?
Para a feirante Maria Sacramento, de 54 anos, moradora há 17 anos do bairro do Guamá, a resposta é não. 'Você está há mais de meia hora aqui e até agora não viu nenhum carro da polícia passar', afirma Maria, que diz que a obra de duplicação da Perimetral deixou a avenida muito bonita, mas só isso não basta. 'Não adianta termos a avenida bonita se não temos água nas torneiras e não podemos sentar na porta para conversar por causa de assaltos. Eu, por exemplo, vou ter problemas quando acabar o fórum, pois não teremos os ônibus que estão crculando agora. Eu fui assaltada duas vezes e tenho medo', contou Maria.

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