Em Belém, furta-se e rouba-se com uma sem-cerimônia que, convenhamos, é de espantar até mesmo quem mora em Belém, uma cidade onde se furta e se rouba tudo. Ou quase.
Pois na última terça-feira, por volta das 21h, levaram uma peça de aço – gradeada - que servia de rampa para o acesso de veículos à garagem de edifício plantado na Braz de Aguiar, bem na esquina com a Benjamin Constant. Do mesmo edifício, aliás, furtam constantemente – vejam só – até as plantinhas que tentam cultivar nos canteiros. Nem elas escapam.
Ficou a outra peça de aço na entrada do prédio. Talvez o larápio – ou os larápios – não tenha levado a segunda peça de aço porque não teve forças para tanto.
- Pra quê furtam isso? – pergunta o blog ao porteiro de um edifício que, como todo porteiro bem informado, sabe tudo o que aconteceu na rua do prédio em que trabalha e em outras ruas.
- É pra vender e tomar cachaça. Só isso – responde o porteiro.
Na mesma Braz de Aguiar, também virou moda furtar – conforme o blog já registrou – depósitos de lixo que ficam em frente aos prédios.
Estão para furtar Belém – Belém inteirinha.
Estão para pegar a cidade, colocá-la às costas e levá-la embora.
Sabe-se lá pra onde.
Que coisa!
Um comentário:
O povo rouba sim porque lhe roubaram a educação. E é certo também que nem sempre se rouba pra se gastar com cachaça, muitas vezes se rouba porque não há alternativa, o sujeito nem tem o primeiro grau escolar, está desempregado e se há chance de levar uma peça de metal e vendê-la ele não titubeia, leva mesmo. Pena que os militares tiveram décadas de poder supremo - até para matar brasileiros - e não se incomodaram em aplicar seus rigores sobre as escolas, militarizando-as, dando condições para que a geração que está aí tivesse condições de ter educação pra não ficar roubando aos ricos suas peças de metal, suas rampas pra seus carros reluzentes, onde dentro levam a vida com a saúde bem cuidada - com plano de saúde caro e inacessível à maioria da população. Rouba-se muito neste país. Rouba-se até mesmo a educação, a saúde, o oxigênio dos pobres.
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