sexta-feira, 24 de outubro de 2008

PF retém lancha cheia de coca

No AMAZÔNIA:

A Polícia Federal apreendeu, na tarde de ontem, em um porto de Belém, uma lancha recheada de pasta base da cocaína. Escondidos no interior do casco da embarcação havia 103 tabletes, totalizando pouco mais de 70 quilos do entorpecente. Foi a maior apreensão desse tipo de droga efetuada pela PF do Pará este ano. Três pessoas que aguardavam para receber a carga foram presas em flagrante.
Os presos foram identificados como Acendino Santos, de 33 anos; Everton Serrão de Souza, de 22 anos; e Cléber Rogério Souza, de 29 anos, único a confessar que estava no local por causa da droga.
Segundo o delegado Eduardo Passos, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da PF, a prisão de ontem foi resultado de cerca de dois meses de investigações e trabalho intenso da inteligência da polícia no monitoramento de grupos e pessoas nos Estados do Pará e Amazonas.
A droga apreendida estava escondida no casco de uma pequena lancha. A embarcação chegou a Belém por volta das 15 horas, em cima de uma carga de madeira beneficiada, que atracou em uma balsa em um porto do bairro da Condor, na capital paraense.
Segundo as investigações da polícia, o início da viagem da balsa teria ocorrido na cidade amazonense de Tabatinga, rota usual da droga que chega ao Brasil vinda de Letícia (Colômbia), mas a lancha com a droga só teria sido embarcada em Santarém, cidade do oeste paraense. Com a droga sendo monitorada passo-a-passo, a PF esperava para o início da tarde de ontem a chegada da balsa em Belém. O Canil da Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal, ajudaram na operação. PM e PRF levaram para o porto a cadela 'Lua' e o cachorro 'Figo', cães farejadores treinados para localizar entorpecentes.
Conforme as expectativas da polícia, a droga chegou por volta das 15 horas, em um porto localizado na avenida Bernardo Sayão. Os policiais ficaram de campana e só agiram no momento em que três homens chegaram em um Siena preto para receber a lancha.
Acendino, Everton e Cléber estavam no veículo. Dois dos acusados negaram ter conhecimento de que haveria droga na lancha e apenas Cléber confessou que estava ali para pegar o entorpecente. Ele declarou ainda que receberia R$ 10 mil pelo serviço. Everton e Acendido alegaram que foram contratados por Cléber para ajudar no transporte da embarcação. Everton, o mais novo do trio, chegou a dizer que era o único a possuir carteira de habilitação do trio e que por isso, foi chamado por Cléber, para que dirigisse o veículo até o porto e depois, um suposto caminhão, que faria o transporte da lancha, mas não soube dizer para onde. O destino da droga e o comprador são questões que a PF ainda tentará descobrir partir do depoimento dos acusados.
A lancha foi levada para a sede da PF em Belém e lá, com a ajuda do Corpo de Bombeiros, o veículo foi 'descascado', revelando as dezenas de pequenos pacotes que recheavam o casco.
De acordo com a assessoria de imprensa da PF, os 103 tabletes apreendidos ontem configuram a maior apreensão de pasta base de cocaína feita este ano. No acumulado de janeiro até ontem, a PF paraense conseguiu tirar circulação cerca de uma tonelada e 100 quilos de cocaína e derivados.

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