No AMAZÔNIA:
A cada mês, cinco pessoas tiveram lesões nas córneas e uma teve que ser transplantada por causa da compra e uso inadequado de lentes de contato. O levantamento de apenas cinco meses, abrangendo somente os casos atendidos no hospital universitário Bettina Ferro, é considerado alarmante por médica. Mesmo assim, a vigilância sanitária faz vista grossa.
Entre os meses de maio e outubro deste ano, o hospital atendeu 30 pacientes com problemas oculares graves. Desses, 24 foram tratados com medicação, um teve o aparelho ocular recoberto clinicamente e cinco foram submetidos a transplante de córnea porque a infecção evoluiu para a perda da visão.
Para a médica e oftalmologista responsável pelo setor de Córnea e Doenças Externas do Bettina Ferro, Paula Caluff, todos os casos estão relacionados a uma junção de fatores verificados em Belém, interior e em todo o País como a falta de orientação profissional e de higiene, além da venda irrestrita do produto.
A médica descarta a possibilidade de um técnico orientar o usuário da lente como deveria. Isso porque não é apenas o grau que deverá ser analisado (os optometristas tentam se firmar nas óticas sob o argumento de medir a acuidade visual). É necessário ver se o paciente pode usar lente e fazer adaptações no produto.
Paula cita a modelagem da lente para que ela se adapte à curvatura do olho como uma das medidas decididas pelo médico. Sem essa análise clínica, a pessoa acabará usando lentes maiores ou menores do que deveria, pois, o produto é padronizado (só o que varia é o grau).
E lente frouxa é um risco para os olhos tão grande quanto a falta de higiene na hora de colocar o produto, retirá-lo ou guardá-lo, segundo a médica. 'Qualquer um desses fatores ou todos juntos podem gerar lesões na córnea que facilitam a infecção por bactérias e fungos', adverte.
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