sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Jader, Paulo Rocha, Maria do Carmo – 2010 é logo ali

Analistas políticos – todos, quase sem exceção – convenceram-se, nas eleições municipais deste ano, de que a expectativa de nacionalização dos debates durante a campanha eleitoral foi por águas abaixo. Não se confirmou.
Não houve nacionalização coisa nenhuma.
Eleições municipais dizem respeito, claro, ao município.
O município é a unidade primária, mais próxima, mais real, mais presente na vida do cidadão.
E o cidadão quer saber por que sua rua não é visitada pela limpeza pública, por que o transporte coletivo é precário, por que a iluminação pública é inexistente, por que o forro do Pronto-Socorro desaba, por que as ruas enchem quando chove – e muito mais.
Por isso é que eleições municipais dificilmente têm seus temas nacionalizados.
Mas não há dúvida de que as eleições deste ano têm como norte, como rumo, como balizamento o pleito de 2010 – para presidente da República e governadores.
Nisso, todos parecem concordar; senão todos, pelo menos a maioria deve concordar.
Ontem, um leitor que se assina Núcleo 13 passou aqui pelo blog e fez seus comentários na postagem Jader a Puty: “O governo está investindo no Duciomar”.
Pela pertinência de suas colocações, pela lógica e pela racionalidade com que desenvolve suas especulações, tudo leva a crer que o comentarista conhece de perto – de pertíssimo - as entranhas do PT e de suas tendências.
E pelo sentido de seus comentários, fica bastante claro que as eleições em Belém são essenciais para definir o destino da aliança PMDB-PT, em nível estadual, para 2010.
Por tudo isso, o blog reproduz integralmente o comentário do Anônimo, porque não apenas ratifica a informação de que a governadora Ana Júlia e seus companheiros da Democracia Socialista estão apoiando o prefeito Duciomar Costa como porque ajuda a lançar algumas luzes sobre cenários que teremos pela frente.
Ou que poderemos ter pela frente.
Abaixo, o comentário de Núcleo 13.

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O PT rachou esta semana com a decisão inédita da DS (Democracia Socialista), tendência interna do PT da qual faz parte a governadora Ana Julia e a maioria dos secretários de estado que são do PT.
Falando em nome da DS, Claudio Puty (Casa Civil), Edilza Fontes (Escola de governo), os irmãos Marcílio Monteiro (Projetos Estratégicos) e Maurílio Monteiro (Ciência E Tecnologia), estão orientando integrantes do governo e lideranças de base da DS a votarem e pedirem voto para Duciomar Costa; e quem não quiser que opte pela neutralidade na disputa, como fez a governadora.
Segundo esses militantes da DS, Claudio Puty tem dito que votar em Priante no atual momento é fortalecer não somente um partido (no caso, o PMDB), e sim uma família (no caso, a Barbalho) e um único grupo de comunicação. Tem explicado que a vitória de Priante é a vitória de Jader Barbalho, que de fato iria mandar na prefeitura; e mais, seria fazer refém o povo do Pará, o PT e a governadora Ana Júlia dos mandos e desmandos dessa família.
Sabendo disso, o antigo Campo Majoritário do PT resolveu agir, comandado pelo deputado federal Paulo Rocha. O Campo Majoritário é a união de várias tendências internas do PT, que tem como seus representantes no Pará cinco dos seis deputados estaduais petistas (Regina Barata é independente, porém está insatisfeita com os rumos do governo), os três deputados federais do PT, aproximadamente 150 dos 176 vereadores eleitos pelo PT paraense e 22 dos 27 prefeitos eleitos pelo PT no Pará. Proporcionalmente falando, é como se Paulo Rocha tivesse controle de 75% a 80% do PT-Pará, o que lhe dá ampla vantagem para disputar em 2009 o PED-PT, que é o Programa de Eleições Diretas do PT.
Para não ficar mais atrás nessa disputa, a DS resolveu se organizar e ir a campo filiar mais de 20.000 novos militantes para o PT, para dessa forma buscar vencer o Campo Majoritario.
Com o apoio do deputado Jáder Barbalho, Paulo Rocha resolveu fazer uma manobra arriscada em termos políticos, além de ganhar o PED-PT/2009.
Paulo Rocha vai propor prévias em 2010 para a escolha dos candidatos petistas ao governo e ao Senado, caso os índices de aprovação do governo Ana Julia continuem baixos. A manobra é arriscada, mas o inquilino do poder (Jader Barbalho) deu seu aval para Paulo Rocha começar a operar tal manobra.
Muitos petistas estão encarando essa proposta como uma verdadeira imposição de Jader Barbalho para continuar a aliança em 2010. Outros tratam o assunto como se fosse uma verdadeira intervenção dos Barbalhos em assuntos de consumo interno do PT, o que tem feito tremer essa famosa aliança política.
A proposta de Jader Barbalho, caso Priante saia vitorioso, é que Maria do Carmo deixe a Prefeitura de Santarem para disputar o governo do Estado pelo PT com um vice do PMDB, deixando assim a Prefeitura de Santarém para o PMDB. Segundo ele, Maria do Carmo contaria com as 38 prefeituras ganhas pelo PMDB, entre elas Belém, Ananindeua e Santarém.
Já para o Senado, os candidatos seriam ele mesmo [Jader], mais o deputado Paulo Rocha, ou seja, a verdadeira aliança que Jader quer é pelo poder.
Quanto a Ana Júlia, os planos para a governadora é que ela seria uma boa puxadora de votos para a Câmara de Deputados, sendo provavelmente a mais votada do Pará; puxaria no mínimo mais dois deputados, além dos três existentes.
Agora, é como dizem alguns petistas históricos, só falta combinar com os russos!

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