sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Escândalo em Ananindeua

No AMAZÔNIA:

Nunca, em toda a história das eleições no Pará e no Brasil, uma urna eletrônica havia sido esquecida em uma seção eleitoral quatro dias depois do pleito. Mas em Ananindeua, o impossível aconteceu. Uma urna foi esquecida, ou estrategicamente guardada, na Escola Municipal Clóvis Begot, na rua Osvaldo Cruz, no bairro de Águas Lindas. Não há nenhum registro na internet, a rede mundial de computadores, de caso parecido.
A urna foi flagrada por um eleitor, que telefonou para o vereador do PSDB, Elias Barreto, autor da denúncia junto à Polícia Federal e Ministério Público Eleitoral. Por volta das 18h30, um grande aparato policial, com uma guarnição da Polícia Militar (PM) e depois Polícia Federal cercou a frente da escola, fez um cordão de isolamento e só permitiu o acesso de funcionários dos cartórios eleitorais da 43ª e 72ª Zonas Eleitorais.
O destacamento da PM, comandado pelo sargento Moraes, ameaçou populares que tentavam cobrar explicações da Justiça Eleitoral de Ananindeua sobre a urna graciosamente esquecida na escola que fica no bairro onde os dois irmãos da mesma família, vereadores eleitos neste pleito pela coligação de Helder Barbalho, têm muitos parentes e um tradicional curral eleitoral.
Os funcionários dos cartórios, Leonardo Lima do Rego e outro, de pré-nome Manoel, autorizaram um servidor da Justiça Eleitoral a retirar a urna da escola debaixo de forte aparato militar, sem que a Imprensa, os populares e advogados da coligação do Povo de Ananindeua pudessem examinar o equipamento. A urna, aliás, foi colocada dentro de uma caixa e coberta com um pano preto, colocada dentro da mala de um gol e seguiu até a rodovia BR-316. O carro com a urna parou por 10 minutos, curiosamente, em frente à sede da Prefeitura Municipal de Ananindeua e depois seguiu para o cartório da 43ª Zona Eleitoral.
Os advogados da coligação do Povo de Ananindeua, do candidato Manoel Pioneiro, tiveram de esperar cerca de 20 minutos para poder entrar no cartório. Os funcionários informaram que se trata de um procedimento absolutamente normal deixar a urna no local de votação mesmo quatro dias depois do pleito. Leonardo e Manoel, chefes dos cartórios, declararam que já sabiam da existência da urna e que o equipamento estava sob a responsabilidade da direção da escola. Mas urna eletrônica fica sob a responsabilidade de funcionário público municipal de uma prefeitura na qual o prefeito é candidato à reeleição? Os chefes de cartório não souberam responder.
Ambos afirmaram à Imprensa de que não havia nenhum disquete ou boletim dentro da urna. Contudo, a Imprensa não pôde nem se aproximar, muito menos confirmar essa informação.

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