No AMAZÔNIA:
A descoberta de uma urna eletrônica 'esquecida' dentro de uma escola, no bairro de Águas Lindas, acirrou ainda mais o clima já tenso em Ananindeua. Revoltadas com as denúncias de corrupção e especulações de fraudes nas eleições, dezenas de pessoas interditaram a rodovia BR-316, no cruzamento que fica em frente à Estação BR, próximo à esquina com a rua Osvaldo Cruz, a principal via do bairro. Homens da Ronda Tática Ostensiva Metropolitana (Rotam) foram chamados e desobstruíram a rodovia a força, usando de balas de borracha, bombas de efeito moral e formações militares. Algumas pessoas ficaram feridas e a policia seguiu com a formação militar por cerca de um quilômetro, empurrando o protesto para dentro do bairro até a dispersão total dos manifestantes.
A interdição da rodovia durou pouco mais de 15 minutos. O receio de que aumentasse o número de pessoas na manifestação e a situação fugisse ao controle fez com que a PM agisse rapidamente para a dispersão dos populares.
Balas de borracha e bombas de gás foram lançadas. O grupo correu da BR-316 para a rua Osvaldo Cruz, seguido pela polícia que continuava em formação militar, efetuando disparos, em uma cena de guerrilha urbana. A polícia seguiu ostensivamente por cerca de um quilômetro até a frente da Escola Clovis Begot, na qual momentos antes, uma urna eletrônica havia sido descoberta quatro dias após a realização do 1º turno das eleições.
O capitão PM Vicente Neto, oficial da Rotam, disse que foi chamado para desobstruir a via e garantir a integridade do patrimônio público. Um homem que se identificou como Kaleu Lima estava entre os manifestantes e foi ferido com um tiro de bala de borracha.
A dona de casa Marli Silva, de 55 anos, se dizia revoltada com a situação. Ela desabafou que para conseguir exercer o direito ao voto teve que ficar na escola das 8 da manhã até as 19 horas de domingo. 'Nós somos abandonados pelos governantes e depois humilhados com toda essa sujeira. O povo tem que ser respeitado', bradou.
A polícia conseguiu acalmar os ânimos por hora, mas os manifestantes prometem voltar com os protestos até que a Justiça dê uma resposta a cancele o pleito de Ananindeua, convocando uma nova eleição.
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