A berlinda (acima, na foto do blog, a do Círio deste ano) apareceu, pela primeira vez, no Círio de 1855, em substituição ao palanquim, que era puxado por animais. O modelo, é claro, veio da Europa e foi adaptado para que alguém levasse a imagem no colo. Em 1880, D. Macedo Costa mandou preparar uma berlinda onde a imagem fosse sozinha. Um oratório envidraçado, chamado "maquineta", foi colocado sobre a estrutura de rodas e hastes. Em 1926, D. Irineu Joffily acabou com os carros do Círio e a "maquineta" passou a ser levada num andor, nos ombros dos fiéis. Foram cinco anos sem Berlinda. Em 1931, a tradição foi restaurada. Em 1963, a Berlinda de madeira foi substituída por uma de ferro e cristal. Como ninguém gostou da inovação, ela foi recolhida e desde 1969 é usada como nicho, onde fica a imagem "verdadeira", durante os 15 dias da festa.
A berlinda que hoje estará, mais uma vez, nas ruas foi confeccionada pelo escultor João Pinto, que trabalhou durante cinco meses para aprontá-la. É uma peça esculpida em cedro vermelho, trazido do município de Ourém, e revestida com três mil folhas de ouro. O forro da berlinda é revestido com cetim drapeado e, ao centro, foi instalado um dispositivo de metal, preso a uma base, para a fixação da imagem. A berlinda do Círio e da Trasladação tem 2.90 metros de altura e 1.50 m na parte mais alta. A largura da base é um metro. Como é colocada sobre um carro com pneus, que tem altura de 1.20 m, a berlinda passa a ter uma altura total de 4.10 metros.
Colaboração do professor e jornalista João Carlos Pereira
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