domingo, 12 de outubro de 2008

O achado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré


O achado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, no ano de 1700, deu origem a uma tradição religiosa única no Brasil e no mundo. Plácido José dos Santos era agricultor e caçador e estava em sua propriedade, quando encontrou, às margens do igarapé "Murutucu" (ou, segundo a outra versão da lenda, entre os galhos de um pé de taperebá) uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré, envolvida num manto de seda brilhante.
Ele levou a santinha para casa e, no outro dia, quando foi vê-la, não mais a encontrou. Plácido voltou ao local onde achou a imagem e lá estava ela. Deixou-a em casa e, novamente, ela sumiu. Essa situação misteriosa repetiu-se por mais algumas vezes, até que Plácido entendeu que a Senhora não deseja sair daquele local. A notícia chegou até o presidente da Província, que mandou buscar a imagem e trancou-a em uma sala fortemente vigiada para que ninguém entrasse ou saísse. No dia seguinte, a imagem foi vista nas margens do igarapé. Em obediência à vontade da Santa, Plácido construiu uma pequena ermida, à qual foi dado o nome de "O Coração do Humilde".
O primeiro Círio aconteceu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. Era uma quarta-feira, e dom Francisco de Souza Coutinho, presidente da Província, acompanhou a procissão. Meses antes, ele adoecera gravemente e, após haver pedido a Nossa Senhora que colocasse fim à enfermidade, recuperou a saúde. Cerca de 10 mil pessoas participaram da procissão, que recebeu esse nome por causa da tradição portuguesa de levar, à frente do cortejo, uma grande vela (ou tocha), chamada círio.

Colaboração do professor e jornalista João Carlos Pereira

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