domingo, 25 de maio de 2008

Escândalo Renan completa hoje um ano, sem punições

Em O ESTADO DE S.PAULO:

Passado exatamente um ano do escândalo envolvendo uma amante e o lobista de uma grande empreiteira, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) livrou-se de seis representações - cinco arquivadas e uma nunca levada ao Conselho de Ética. O inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto, que tramita em segredo de Justiça, ainda não teve resultados práticos.
Em 25 de maio de 2007, veio às bancas a revista Veja com a denúncia de que o cacique alagoano - então um político influente, com acesso fácil ao Palácio do Planalto - tinha contas pessoais pagas por um lobista da empresa Mendes Júnior. Até a pensão de uma filha fora do casamento, com a jornalista Mônica Veloso, seria custeada pelo amigo. O senador negou, mas a artilharia se seguiu nos meses seguintes, após a confirmação de tudo por Mônica.
Ao todo, Renan virou alvo de seis acusações: 1) ter contas pagas pela Mendes Júnior; 2) atuar em favor da Schincariol na Receita Federal e no INSS; 3) uso de laranjas na compra de duas rádios e um jornal; 4) arrecadação em ministérios do PMDB; 5) espionagem de dois senadores da oposição em Goiás; 6) autoria de emenda que destinou R$ 280 mil à empresa fantasma de ex-assessor.
"A expectativa era de que as representações tivessem sucesso. Poucos políticos suportariam o que Renan suportou", diz o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), sobre aqueles meses tumultuados.
Aconselhado por caciques como o senador José Sarney (PMDB-AP), Renan mostrou-se resistente a julgamentos políticos. Os colegas o livraram da denúncia sobre a Mendes Júnior em 12 de setembro de 2007.
Em novembro, o caso da cervejaria foi engavetado. Em dezembro, quatro horas e meia após entregar a presidência do Senado, Renan foi inocentado na compra das rádios. Um dia depois, o conselho arquivou mais duas representações e a última, sobre a empresa fantasma, nem chegou ao colegiado.
Para o senador que substituiu Renan no comando do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), a Casa está conseguindo superar só agora o desgaste sofrido com esse episódio e outros anteriores. "Fica a lição de que não podemos deixar que um caso assim se aprofunde tanto."

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