sábado, 12 de janeiro de 2008

Violência e consternação em Ananindeua


No AMAZÔNIA:

Mãe mata filho que ia assaltar

Uma tragédia familiar ocorrida na manhã de ontem gerou consternação geral entre os moradores da rua Paulo Maranhão, no bairro Levilândia, em Ananindeua. Dentro da casa de número 620, uma mãe de 68 anos de idade tentou impedir o filho de sair para cometer assaltos, mas, por acidente, acabou matando-o baleado.
O ex-presidiário Daniel Silva de Oliveira, de 30 anos, era condenado por assalto e estava foragido da Justiça. Há aproximadamente dois meses, ao ser transferido para a Colônia Agrícola Heleno Fragoso para cumprir o restante da pena em regime semi-aberto, ele fugiu. Em liberdade, Daniel se escondeu na casa da mãe, a dona-de-casa Creuza Silva de Oliveira, passando a ameaçá-la para que não fosse denunciado.
Na vizinhança, comenta-se que Daniel era visto constantemente cometendo assaltos, mas ninguém o denunciava porque ele era tido como 'elemento perigoso' na comunidade.
Ontem, às 11h30, Daniel disse à mãe que ia sair para cometer novos assaltos. Ela, que é religiosa, pediu 'pelo amor de Deus' para que o filho não fosse fazer novas vítimas. Daniel, como sempre, ignorou os pedidos da mãe e pegou o revólver calibre 38 que costumava usar. A mãe, num ato desesperado, agarrou-se com a arma, implorando que o filho não saísse de casa. Ele não atendeu e os dois passaram a brigar pela posse do revólver. A disputa durou poucos segundos, até que houve um disparo acidental. A bala atingiu Daniel na cabeça.
Ao ver o filho caído no meio do quarto sem vida, Creuza entrou em desespero. Os vizinhos contam que ela saiu pela rua correndo e gritando por socorro, mas era tarde.
Querida por todos na vizinhança, Creuza foi aconselhada pelos vizinhos a se esconder, mas recusou-se a fazer isso. Ela mesma ligou para a polícia e comunicou o acontecido. Com a chegada de uma viatura da Polícia Militar, a mãe entregou-se espontaneamente.
Completamente transtornada, Creuza foi levada inicialmente para o Pronto-Socorro Municipal da Cidade Nova VI, onde foi medicada com sedativos. Um pouco mais calma, sob efeito da medicação, a idosa foi conduzida para a Seccional de Ananindeua.


Mais aqui.

2 comentários:

Dedé disse...

Bemerguy,

Daria (juro por Deus) um mês do meu salário para não ter que dar essa notícia. Quando a repórter Ângela Gonzalez voltou da "ronda" e me repassou essa história, meus olhos ficaram cheios d'agua e até agora fico com um nó na garganta: por eu ser mulher, mãe e por Belém estar tão violenta que uma mãe precisa matar o filho para salvar-lhe a vida. Uma tregédia que deveria servir de lição para todos.

Dedé

Anônimo disse...

Dedé,
Eu comentei até com várias pessoas no sábado: essa história foi uma das mais tristes, mais trágicas, mais comoventes de que eu tive conhecimento nos últimos anos aqui em Belém. Uma tristeza! Imagine você a situação dessa senhora.