sábado, 12 de janeiro de 2008

Na "Época"


As lições de Johnny
A história de João Estrella, rapaz de classe média preso por vender cocaína nos anos 90, ajuda a explicar por que hoje tantos universitários traficam ecstasy

Meu nome não é Johnny, meu nome é João. Não sou bandido, não sou nenhum Pablo Escobar, não tenho quadrilha, não tenho fortaleza, não tenho dinheiro na Suíça. Se eu fosse tão poderoso assim, minha família não ia estar vendendo o único imóvel para pagar a minha defesa. Eu usava droga, vendia, ia usando, ia vendendo...”
Com os olhos vermelhos de choro e vergonha, defendendo-se no tribunal perante a juíza Marilena Soares (Cássia Kiss), conhecida por seu rigor, o ator Selton Mello personifica, no filme Meu Nome não É Johnny, o carioca João Guilherme Estrella, jovem de classe média que se tornou um dos maiores fornecedores de cocaína nos anos 80 no Rio de Janeiro. A mãe de “Johnny”, a atriz Julia Lemmertz, enxuga as lágrimas ao ouvir o filho. No escurinho do cinema, avós, pais, mães e jovens se emocionam. Desconfiam que a cena poderia acontecer na família deles. O drama exposto com sensibilidade por Selton Mello é o de uma sociedade que não sabe como deter o fascínio que o mundo das drogas, com seu dinheiro fácil e a ilusão de onipotência, exerce sobre jovens aparentemente comuns. Por que, cada vez mais, os filhos da classe média, educados com carinho, mesada e oportunidades, e com um futuro róseo pela frente, escolhem o caminho do crime? E por que o ecstasy tomou o lugar da maconha e da cocaína como a droga típica do tráfico “de elite”?


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