quinta-feira, 30 de abril de 2020

O prefeito de Belém reverteu um erro grave. Mas está sendo tratado como o jogador que, mesmo fazendo um gol, é vaiado porque o lance foi feio.


Não sei, sinceramente, quem é o autor dessa frase - em verdade uma sentença que encerra a mais profunda sabedoria.
Porque é isso mesmo: o Brasil conseguiu politizar uma doença que mata. E porque está politizada, a doença pode matar muito mais ainda, porque abandonam-se preceitos médicos e científicos em proveito da prevalência de paixões político-ideológicas que não levam a nada, a não ser tornarem-se um combustível que alimenta fanatismos e discussões estéreis.
Vejam o que aconteceu nesta quinta-feira (30).
A Procuradoria-Geral do Município, que integra a estrutura de governo do prefeito tucano Zenaldo Coutinho, ajuizou ação tresloucada que, ao fim e ao cabo, pedia pura e simplesmente que a Justiça determinasse, em decisão liminar, a suspensão do funcionamento do Hospital Abelardo Santos, transformado em pronto-socorro pelo governador Helder Barbalho (MDB).
O que fez Zenaldo?
Logo depois que a ação começou a repercutir publicamente, o prefeito fez circular um vídeo em que não apenas informava haver determinado à PGM que retirasse a ação como ainda agradeceu o aumento do número de leitos disponíveis para Belém, conforme anunciado pelo governador Helder Barbalho, eis que o “Abelardo Santos”, tranformado em pronto-socorro, ajudará a minorar a situação de colapso em que se encontra o atendimento em unidades de saúde administradas pelo município.
O gesto do prefeito foi louvável por razões várias e inequívocas.
Porque não hesitou em reconhecer um erro. Porque não demorou em revertê-lo. Porque admitiu que diferenças políticas com o governador não devem sobrepor-se ao interesse maior de salvar vidas. Porque demonstrou nobreza em reconhecer que, estando o sistema de saúde do município em colapso, toda e qualquer ajuda do estado será bem-vinda.
Tudo bem? Tudo certo? Agiu bem o prefeito?
Não.
Por quê?
Porque entrou em campo aquela refinada politização, que de tão refinada chega a ser inacreditavelmente incompreensível e escandalosamente desarrazoada.
Pois os refinados politicamente ignoraram a essência da conduta do prefeito e passaram a atacá-lo porque, ora vejam só, ao anunciar publicamente sua decisão, Zenaldo, na percepção desses refinadíssimos apaixonados políticos, teria exposto à execração a Procuradoria Geral do Município, que assinava a ação.
E mais: os refinados políticos também acharam que uma peça jurídica dessa magnitude teria de ser submetida ao crivo de Zenaldo antes de ser proposta, daí entenderem que o principal erro foi dele, e não da PGM.
Essas críticas se parecem com aquela em que um jogador faz um gol, mas a torcida, em vez de comemorar, põe-se a vaiá-lo porque, antes de mandar a bola para as redes, ele trombou com zagueiros, patinou, caiu, levantou-se e, em horríveis e desastradas coreografias, acabou fazendo o gol.
Ou então se parecem com aquele time que conquista um título, mas a torcida inteirinha se põe a vaiá-lo porque, durante todo o campeonato, o novo campeão perdeu e empatou várias vezes.
Vivemos esse clima.
A politização extremada, que  idiotiza e embota a capacidade de avaliação, acaba transformando um gesto objetivamente correto como se fosse um crime.
A que ponto chegamos, gente!

2 comentários:

Clarona disse...

Para, mano!

AHT disse...

(É HUMOR,VIU? - Esclarecendo e não contrariando um leitor que continua acreditando que o covid-19 foi criado em laboratório lá na China)


De fato, como podemos observar e sugerir, se cliente sempre tem razão o leitor também tem.
Dito isso, vejam bem: mutações de vírus ocorrem ao longo do tempo e contatos entre espécies, todas sujeitas às alterações biológicas, ambientais e climáticas.
Se covid-19 não tem características de monstrengo criado em laboratório, isto é, sem uso de equipamentos e específicas técnicas de Pesquisa & Desenvolvimento pela Engenharia Biológica, isso não elimina a possibilidade de forçar mutações através de cruzamentos intraespecíficas (da mesma espécie) e interações interespecíficas (espécies diferentes) em animais expostos em ambientes controlados, simulando condições semelhantes à natureza e/ou urbanas, por exemplo, hábitos alimentares e de higiene pessoal, deficientes condições sanitárias e saneamento, além de outros fatores críticos, tipo mercados de carnes e animais vivos existentes em Wuhanshington.
Ou seja, da mesma forma que espécies animais foram aprimoradas ou degeneradas desde o início da vida biológica na Terra e, em tempos mais recentes intencionalmente provocadas para atender necessidades humanas, seja para aumentar a produtividade na produção de carnes, ou atendendo características desejáveis para a interação entre animais domésticos e o ser humano, chegando-se assim a um novo mundo.
Sim, o Mundo dos Pets que, uma vez alicerçado e estabelecido, desenvolverá ainda mais as mutações de vírus e consequentes pandemias mundiais. Os vírus e pets vencerão e reinarão soberanos sobre a face da Terra, em uma só sociedade global social e econômica, graças a um Estado Democrático de Direito nunca antes existido na face da Terra.

(Sem stress, rs rs rs rir é o melhor remédio, principalmente para quem está confinado.)

AHT