A Secretaria Municipal de Saúde de Santarém
(Semsa) ainda está investigando as causas da morte, na noite deste domingo (19),
do agente prisional Márcio Pinto da Silva (em imagem pinçada das redes sociais), 46 anos, sob suspeita de ter contraído
a Covid-19.
Ainda não há nada conclusivo nesse sentido, mas
informações seguras, obtidas pelo Espaço
Aberto nesta segunda-feira (20), indicam que o servidor passou a ser
monitorado diariamente desde o dia 14 de abril – portanto a terça-feira da
semana passada -, mas até o dia em que faleceu vinha descumprindo
sistematicamente as orientações para que ficasse em casa, em isolamento,
observando as prescrições médicas recebidas.
Num áudio remetido à própria família e que já
está disponível em algumas redes sociais, o próprio agente, servidor concursado
que ingressou nos quadros da Secretaria de Estado de Administração
Penitenciária (Seap) no ano de 2018, diz que ainda estava sendo monitorado pela
Semsa. E estava mesmo.
A fonte ouvida pelo blog, que teve acesso em
detalhes a todo a todo o processo de monitoramento a que o agente foi submetido,
diz que ele passou a ser acompanhado atentamente por telefone, depois que
procurou a unidade de saúde do bairro da Nova República, no dia 13 de abril, dizendo
que estava com tosse havia cerca de suas semanas. Além disso, queixava-se de cansaço
e forte dispneia (dificuldades para respirar), uma vez que era asmático. Mas
não relatava nem febre, nem dor.
Na
rua
Segundo apurou o Espaço Aberto, o paciente foi atendido na UPA 24 horas da Curuá-Una
e mandado para casa, sendo-lhe orientado que ficasse em repouso e em completo
isolamento. A partir do dia 14, Márcio, que morava com a mulher e um sobrinho,
passou a ser monitorado através de contatos telefônicos diariamente. E foi aí
que se contatou o descumprimento, por parte do agente prisional, de todas as
orientações médicas que havia recebido.
Ligações da equipe de monitoramento às vezes não
eram atendida, nem por ele e nem pela esposa. De outra feita, Márcio, a quem
fora recomendado permanecer sempre em casa, informou que se encontrava na casa
da mãe dele, no bairro do Mapiri. Uma outra vez, como não conseguiu falar com o
agente, o monitoramento da Semsa obteve informações de que a casa dele ficava a
maior parte do tempo fechada, daí se presumir que ele não teria residência fixa
nesse endereço, aonde só ia de vez em quando.
“Todos
esses procedimento indicam claramente que os protocolos de atendimento e
posterior monitoramento foram seguidos rigorosamente pelas equipes da Semsa.
Mas o paciente os descumpriu, não recebendo ligações e saindo frequentemente
para ir até a casa da mãe. Então, nesses casos, em que as pessoas não observam
as recomendações médicas de isolamento, fica difícil de se evitar o agravamento
dos sintomas, uma vez que não há como colocar-se uma vigia na casa de cada
pessoa que apresenta indícios, ainda que leves, de Covid-19”, reforçou a fonte
ouvida pelo Espaço Aberto.
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