segunda-feira, 13 de abril de 2015

Amor extremo ao Remo. E o respeito, cadê?


Meus caros.
Estão vendo a imagem aí?
Foi mandada ontem à noite, para o Espaço Aberto - de torcida unanimemente remista -, por um torcedor - bicolor, inclusive.
É isto mesmo: apenas o amor extremo tem salvado o Remo.
Apenas o amor extremo é que tem feito o Remo salvar-se da derrocada total - se é que isto ainda é possível -, menos pelo resultados dentro de campo e mais, muito mais, pela bagunça e pelas coisas inacreditáveis que se passam fora dele.
É inacreditável, por exemplo, um dirigente, no caso o vice-presidente do Remo, Henrique Custódio, indicar - ou "dar a entender", conforme expressão usada em alguma reportagens - que os salários de fevereiro estão pagos e ser, posteriormente, desmentido não por um, dois, ou três jogadores, mas por todo o elenco, reunido na sede do clube e se pronunciando de forma inédita, numa entrevista coletiva, para dizer que alguns atletas não recebem há vários meses, juntamente com funcionários do clube.
Desmentido, o doutor Henrique Custódio diz o seguinte:

“Fico muito triste por ver tanta falta de consideração com a minha história e de tantos outros que dedicaram anos das suas vidas ao Remo. Vejo pessoas falando o meu nome de forma desrespeitosa e isto me deixa muito triste”.
[...]
“Estou aqui ajudando há 16 anos. Avalio o coração dos atletas do futebol, da regata, da natação e tudo mais sem cobrar um centavo do clube. Montei um consultório nas divisões de base e, agora, nada disso vale?”
Com todo o respeito ao amor extremo do doutor Custódio pelo Remo e com todo o respeito à contribuição que ele, há 16 anos, tem dedicado ao clube, com todo o respeito a tudo, conceda-nos o vice-presidente remista o direito de ponderar o seguinte: deixar jogadores sem salários e impor a funcionários humildes, que ganham salário-mínimo, a humilhação de deixá-los à míngua configura desrespeito que, perdoe-nos o doutor Custódio, supera e empana todas as demonstrações de afeto, carinho, desvelo, paixão e trabalho de qualquer abnegado remista pelo Remo.
Saiba o doutor Custódio que ninguém está desconsiderando e nem minimizando o fato, por exemplo, de ter ele montado um consultório nas divisões de base e de pôr sua reconhecida reputação profissional a serviço do clube, quando avalia a situação cardíaca dos atletas de várias modalidades do clube.
Não, doutor Custódio. Não é disso que se trata.
Trata-se, doutor Custódio, de avaliar a situação geral do clube - com as finanças esfaceladas, com salários em atraso, com egos inflados disputando espaço pelo simples prazer de alimentar orgulhos pessoais, com um patrimônio sempre ameaçado por dívidas que se avolumam a cada dia;
Trata-se, doutor Custódio, de pensar no Remo não como um clube que precise de um consultório como o seu para avaliar, por benemerência, condescendência, generosidade ou filantropia, a condição cardíaca dos atletas.
Trata-se, doutor Custódio, de pensar no Remo como uma agremiação, detentora da simpatia de metade dos torcedores paraenses, que precisa ter o seu departamento médico plenamente adaptado e equipado para fazer isso.
E convenhamos, doutor Custódio, apresentarem-se os jogadores para proclamar publicamente que os salários não se encontram em dia não significa dizer o senhor é um meio-remista, que é um remista de meia-tigela ou não merece ser reconhecido pelos 16 anos de trabalho dedicados à agremiação. Não é isso, não.
Pronunciarem-se os jogadores da forma como se pronunciaram, doutor Custódio, foi decorrência da imposição de repor-se a verdade, não é?
Porque uma coisa, doutor Custódio, é o seu amor extremo ao Remo, os seus 16 anos dedicados ao clube, a contribuição inestimável que o senhor tem dado ao clube.
Outra coisa, doutor Custódio, é vermos o Remo numa condição tal que torcedores precisam fazer vaquinha para ajudarem os jogadores.
Outra coisa são trabalhadores - alguns deles atletas, outros funcionários humildes, mas todos trabalhadores, sem dúvida - à míngua, sem salário, com suas contas vencidas, com suas famílias ao desamparo, enfrentando humilhações e privações.
Além de amor extremo ao Remo, doutor Custódio, falta o respeito de muitos ao Remo.
Presume-se que nutrir amor extremo implique, automaticamente, demonstrar respeito extremo.
Mas, no Remo, parece que não tem sido assim.
Ou nem sempre tem sido assim.
É por isso que o Remo está como está.
Ah, sim.
Doutor Custódio, sentindo-se desconsiderado, diz que pode renunciar "por falta de consideração".
Doutor, e se torcedores do Remo resolverem renunciar ao clube, por falta de consideração de dirigentes em relação ao clube, como é que fica, hein?

3 comentários:

Anônimo disse...

Perfeita e pertinente sua apreciação, "seu" Espaço.
Infelizmente, de longa data, as diretorias que assumem os destinos do querido REMO se superam.
Se superam em mediocridade, afundando cada vez mais a instituição Clube do Remo moral e financeiramente.
O clube, continua no meu coração.
Os times de futebol e as diretorias, de longa data, nada merecem.

Anônimo disse...

A torcida azulina se acostumou mal. O tabu 33 é o maior dos males. A única preocupação era vencer o rival. Ideia que permanece até hoje. O clube não se preocupa em formar times, só em vencer o clássico. Esquecendo dos campeonatos, as más administrações foram uma mera consequência. Mas ainda há tempo.

Flavia Santos disse...

É lamentável o que vem acontecendo ano após ano com o nosso estimado Clube do Remo. Sejamos realistas, o Remo precisa de profissionalismo, e deixar o amadorismo de lado. O Remo tem que tornar-se empresa e para isso, contratar uma consultoria séria, prezando pela transparência e modernizando sua atuação. Vamos ampliar nossos horizontes e deixar de viver de passado ou se ater exclusivamente ao clássico Re x Pa. Quem vive de passado é museu, tenho orgulho da nossa história, mas definitivamente não dá para continuar dessa forma. Temos que caminhar respeitando o passado, mas de olho no futuro. O maior bem do clube é sua apaixonada torcida e é justamente essa paixão que move o clube e deve ser respeitada, assim como seus funcionários.