segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Impeachment? Afinal de contas, impeachment por quê?


Democracia é bom, não é, meus caros?
Até os que não gostam de democracia, de liberdades e de direitos que garantem o direito à liberdade de pensamento acabam, sem querer, chancelando o regime democrático quando se permitem o direito de ser livres e de dizer o que bem entendem.
Mas uma coisa é a liberdade que temos.
Outra coisa, bem diferente, é o que fazemos com ela. Se não ajustarmos o exercício da liberdade a alguns parâmetros que confiram credibilidade ao que se pretende, naufragamos todos na tentação do autoritarismo.
Vocês já viram essas manifestações que estão ocorrendo por aí?
Pedem o impeachment da presidente da República, Sua Excelência Dilma Rousseff.
Goste-se ou não da senhora, ela foi eleita.
Foi eleita democraticamente.
Atribua-se ou não a ela uma gestão desastrosa na economia, os brasileiros, por maioria, a reelegeram.
Dilma foi reeleita em eleições livres, sem quaisquer resquícios de fraudes capazes de abalar a credibilidade do processo eleitoral – o mesmo, aliás, que permitiu a seu adversário, Aécio Neves (PSDB), obter a simpatia de praticamente a outra metade do eleitorado do país.
Quer dizer, então, que as eleições só seriam limpas se Aécio tivesse vencido a parada?
Por que, afinal, elevam-se vozes em favor  do impeachment?
Que fato – objetivo, concretamente indicativo e real de que o resultado das urnas foi deturpado e degenerado – pode ser invocado para sustentar um pedido de impeachment da presidente da República?
As manifestações são legítimas?
Sim, elas são.
Mas escutamos coisas assim: "É necessária a volta do militarismo. O que vocês chamam de democracia é esse governo que está aí?"
Ou assim: "Pé na bunda dela [presidente], o Brasil não é a Venezuela"
Em São Paulo, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi apresentado ao microfone como "alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil".
Bolsonaro é um direitista rematado. Mas não é o fato de ser direitista que o desqualifica.
O que o desqualifica é o fato de ser um troglodita, que acorda todo dia, se olha no espelho, tem vontade de deportar todos os seus adversários, mas se controla, porque sabe que o regime democrático não permitiria contemplar as suas trogloditices.
Que sentido pode ter um “movimento” de impeachment como esse?
Sem brincadeira, que sentido pode ter?
Ainda bem.
Nem tudo está perdido, ora pois.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu apóio o impeachment, por outro motivo. A presidente defendeu na Onu a negociação com terroristas, algo que a Constituição em se art. 4°, VIII, repudia. E é considerado crime no art. 5°, XLIII. O fato de a mandatária ter sido anistiada pela prática e a defesa de negociação com os praticantes deveria ser, no mínimo, objeto de questionamento.

Anônimo disse...

Lembrancinha: 15 dias após posse de FHC os cumpanherus do então pt "puro" foram às ruas:
" Fora FHC"!!!
E durante todo o período FHC, Lula criou e percorreu o Brasil com um tal "governo alternativo itinerante", hahahaha
Então.
Nada de novo no front.
Coisas da democracia brasileira.

Anônimo disse...

Eu apoio porque Dilma sabia de tudo que se passava na Petrobras.