Democracia é bom, não é, meus caros?
Até os que não gostam de democracia, de
liberdades e de direitos que garantem o direito à liberdade de pensamento acabam,
sem querer, chancelando o regime democrático quando se permitem o direito de
ser livres e de dizer o que bem entendem.
Mas uma coisa é a liberdade que temos.
Outra coisa, bem diferente, é o que fazemos com
ela. Se não ajustarmos o exercício da liberdade a alguns parâmetros que
confiram credibilidade ao que se pretende, naufragamos todos na tentação do
autoritarismo.
Vocês já viram essas manifestações que estão
ocorrendo por aí?
Pedem o impeachment da presidente da República,
Sua Excelência Dilma Rousseff.
Goste-se ou não da senhora, ela foi eleita.
Foi eleita democraticamente.
Atribua-se ou não a ela uma gestão desastrosa na
economia, os brasileiros, por maioria, a reelegeram.
Dilma foi reeleita em eleições livres, sem
quaisquer resquícios de fraudes capazes de abalar a credibilidade do processo
eleitoral – o mesmo, aliás, que permitiu a seu adversário, Aécio Neves (PSDB),
obter a simpatia de praticamente a outra metade do eleitorado do país.
Quer dizer, então, que as eleições só seriam limpas
se Aécio tivesse vencido a parada?
Por que, afinal, elevam-se vozes em favor do impeachment?
Que fato – objetivo, concretamente indicativo e
real de que o resultado das urnas foi deturpado e degenerado – pode ser
invocado para sustentar um pedido de impeachment da presidente da República?
As manifestações são legítimas?
Sim, elas são.
Mas escutamos
coisas assim: "É necessária a volta do militarismo. O que vocês
chamam de democracia é esse governo que está aí?"
Ou assim: "Pé na bunda dela [presidente], o
Brasil não é a Venezuela"
Em São Paulo, o deputado federal eleito Eduardo
Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi
apresentado ao microfone como "alguém de uma família que vem lutando muito
pelo Brasil".
Bolsonaro é um direitista rematado. Mas não é o
fato de ser direitista que o desqualifica.
O que o desqualifica é o fato de ser um
troglodita, que acorda todo dia, se olha no espelho, tem vontade de deportar
todos os seus adversários, mas se controla, porque sabe que o regime
democrático não permitiria contemplar as suas trogloditices.
Que sentido pode ter um “movimento” de
impeachment como esse?
Sem brincadeira, que sentido pode ter?
Ah, sim - e antes que a gente esqueça: o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldaman, diz que o partido não apoia o pedido de impeachment contra a presidente Dilma.
Ainda bem.
Nem tudo está perdido, ora pois.
3 comentários:
Eu apóio o impeachment, por outro motivo. A presidente defendeu na Onu a negociação com terroristas, algo que a Constituição em se art. 4°, VIII, repudia. E é considerado crime no art. 5°, XLIII. O fato de a mandatária ter sido anistiada pela prática e a defesa de negociação com os praticantes deveria ser, no mínimo, objeto de questionamento.
Lembrancinha: 15 dias após posse de FHC os cumpanherus do então pt "puro" foram às ruas:
" Fora FHC"!!!
E durante todo o período FHC, Lula criou e percorreu o Brasil com um tal "governo alternativo itinerante", hahahaha
Então.
Nada de novo no front.
Coisas da democracia brasileira.
Eu apoio porque Dilma sabia de tudo que se passava na Petrobras.
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