quinta-feira, 16 de junho de 2011

“Se mexer, vai Mário Couto, vai Juvenil, Milquinho...”




“O Luís Otávio sabe todos os podres do Zenaldo, entendeste?”
“A Daura tá lá envolvida lá, no processo da folha, ela tá f...”
“O MP acha esse bolo. As pessoas maiores estão sendo ouvidas”

“Se mexer a nível (sic) de licitações, aí vai o Mário Couto, vai o Juvenil, o Milquinho”. É o que diz Sandro Rogério Matos – um dos três que tiveram a prisão preventiva decretada na manhã de ontem -, em outro trecho das gravações que mostram conversas entre ele e José Carlo Rodrigues de Sousa, sócio-proprietário da Croc Tapioca, também ele preso por determinação do juiz Pedro Sotero.
O “Milquinho”, mencionado por Sandro, é o então deputado estadual, hoje federal, Miriquinho Batista (PT), segundo se presume.
Na gravação, cujo áudio você pode ouvir clicando aí em cima, Sandro, que era integrante da Comissão de Licitações da Assembleia, delimita o período em que, segundo ele, as irregularidades começaram. “[...] O Carmona, eles não pegar. Porque a cagada toda é do Mario Couto pra cá”, afirma ele.
Diz mais: “O Luís Otávio sabe todos os podres do Zenaldo, entendeste? Um sabe a cagada do outro, então isso aí, é um efeito dominó”. Luiz Otávio, acredita-se, é Luiz Otávio Campos, que foi presidente da Assembleia Legislativa e atualmente é suplente de deputado federal (PMDB). Zenaldo Coutinho é deputado federal (PSDB) licenciado e atualmente chefe da Casa Civil do governo do Estado.
Ouça e leia as transcrições abaixo, que identificam Sandro pela letra “S” e José Carlos, pela letra “J”.:

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(...)
S: Desses processos todos, nós tivemos a infelicidade dos quatro processos que estavam com o Dr. Sergio, WTH, Tieta, que era JW e a JC e a outra eu não sei quem é. Pode até ser a (...), que era uma empresa de um funcionário meu (ruído). Entendestes? Então, a nossa preocupação, de um modo geral, se isso vai...quinta-feira o Dr. Sergio vai ser  chamado pra depor, certo?
J: Qual é a situação do Sergio?
S: O Sergio não sabia de nada disso aí, nem ele e nem a Rosana, dessa questão do contra-cheque, da falsificação do contra-cheque.
J: (...)
S: As pessoas envolvidas eram: a Mônica, que era da folha e a Daura, por ganancia mesmo, em querer ganhar cada vez mais, e se meteu nesse boteco de informações; uma cagada terrível. Então, eu não sei, sinceramente, porque eu te falo o seguinte, eu fui uma das primeiras pessoas que descobrir que tinha uma lista, aquela equipe toda, de setenta nomes; quando eu vi essa lista, aí eu fui falar e aí foi um susto geral. E aí chamaram e aí infelizmente eu tava nessa lista e aí foi aquele desespero (...). aí foi surpresa, porque a gente faz aquilo que dar para justificar, o que não dá, ninguém é inconseqüente a tanto.
J: (incompreensível).
S: Na época tua, eu não fazia parte daquilo (...) se dava para barganhar alguma coisa era serviço, eu pegava uns serviços. Então era JF, era Cortes... eram as empresas que eu fazia os serviços. Quando era de vocês, eu fazia alguns serviços. Aí eu chegava e dizia - a obra aqui deu R$ 70.000,00, então esses R$ 70.000,00 é meu pra eu fazer a obra, esses pra cá, devolve pra lá, então era assim que era justificado; aí eu recolhia os impostos (...)
J: Come alguma coisa aí Sandro.
S: (...) tu sabes que quando eu venho aqui contigo, por trás de mim não sou só eu.
J: (...)
S: Viste! A gente quer saber tua posição por que provavelmente, se o Dr. Sergio quinta-feira ele vai ser chamado.
J: Mas isso está girando em torno dos processos...
S: Não tem nada haver; dos processos que acharam lá no Detran (...) A Rosana de cinco em cinco anos, ela manda os processos para o arquivo morto e aí quando falta alguma coisa, ela manda assinar; e aí ela estava mandando para o Dr. Sergio assinar; na correria dele, ele disse, porra, traz esses processos aqui pra mim.
J: Puta que pariu!
S: Foi como ele disse - eu dei uma de João doido, ele falando assim - eu dei uma de mane. Porque eu viajei, esqueci de devolver e aí na segunda-feira.
J: Tu tiveste contato com ele esses dias agora?
S: Sim! E aí o que acontece, a gente queria saber tua posição lá dentro da coisa, se tu for chamado. É só ir lá, trabalhei, fiz a obra e ponto final. Se tem algum erro no processo, o problema não é meu, apresentei minha proposta.
J: Vamos partir do princípio da coisa.
S: Só que pra isso lá, tu vás ter que contratar um advogado, tu vás ter despesa, aí a gente já está se prevenindo.
J: Sandro eu vou te ser mais franco possível - tu sabes aquela história assim... diz o ditado assim - que o corno é o último que sabe (...) o meu erro nessa história todinha, foi acreditar.
S: Foi acreditar.
J: Eu inclusive, tive uma conversa, depois que eu perdi o contato contigo, eu tive uma conversa com o Dr. Sergio, lá no apartamento dele, na Serzedelo, eu disse pra ele o seguinte: Sergio, a Daura que vocês conhecem (...) a Daura já tinha um histórico, mas eu não queria acreditar nisso (ruído).
S: A gente precisa de uma posição porque ela agora está atingindo todos nós.
J: Ela tá dando tiro no escuro.
S: Então o que a gente tem que fazer, se defender (...)
J: Por exemplo, quando se defender, aí é que tem o problema, quando se defender, vai defender o grupo ou vai se defender individualmente?
S: Não tô correndo atrás de todas as pessoas, pelo grupo. O que tá acontecendo? Nesse grupo, a Daura tá lá envolvida lá, no processo da folha, ela tá f..., não tem ninguém a favor dela. Até mesmo porque a Mônica foi no Ministério Público e falou que o Dr. Sergio tinha não sei quantos funcionários e recebia, que a Rosana tinha não sei quantos (...). A Dauria tem porque pegaram na casa dela, não sei quantos contra-cheques e ela assumia pra gente, ela falou. Ela disse - eu tava nisso daí. Eu fui infantil. Não, infantil não
J: Não.
S: Tu sabes que eu tenho o mesmo pensamento que tu nessa hora. Eu tive um problema muito sério com a Daura naquela ocasião.
J: O que foi que tu fizeste com a Daura?
S: Tu sabes que eu fiquei sabendo dessa história (ruído) ele viu um papel lá na tua mesa ou uma coisa assim, que tava uma denuncia né? Quando o Christian me falou, eu fui pra cima dela; quando eu fui pra cima dela, aliás eu fui conversar com a Rosana, quando eu fui lá com a Rosana, a Rosana disse que esse papo já rolava um ano e meio, ela te enrolando, a Daura (...) eu seria  hipócrita e imbecil de chegar aqui e te falar que a Daura falava bem de ti, que ela não falava, eu seria idiota se eu chegasse aqui e dissesse que a Rosana tava puxando o saquinho do teu lado, que ela não tava, ela sempre vai defender a Daura, que é amiga dela. Eu estando aqui, eu estou livrando a minha cara; uma coisa eu te digo - eu tô defendendo eles também, tu estás entendendo? Eu tô defendendo eles também, se não eu não estava aqui em nome do chefão. Porque foi ele me pediu para eu chamar todas as pessoas, porque eu banquei uma de mane, aconteceu isso e levaram o papel daqui. Eu vou chegar lá... quinta-feira é o depoimento dele. O depoimento dele tá lá escrito, sobre a folha.
J: Então, tudo estar direcionado pra folha? Não tem nada direcionado.
S: Não, não. Tá tudo direcionado pra folha. A partir daí da folha, se eles chegarem ao objetivo deles, que é prender gente, fazer a parte deles, de repente vai morrer aí, mas é noventa e nove por cento que a Daura está demitida.
J: Não tem como ela fugir disso.
S: É Daura, Mônica, Edmilson, as pessoas que estavam envolvidas nisso. Infelizmente a Jaciara vai, porque ela meteu a Jaciara nisso.
J: (...)
S: Ninguém sabia cara, pensa que é sacanagem, ninguém sabia disso.
J: Meu Deus, eu estava realmente deitando com o inimigo.
S: Tanto é, que só a Jaciara sabia, porque a amizade delas é incontestável.
J: tu me deixaste agora. Tu me abalaste agora.
S: Ninguém tá envolvido nisso. Nem eu, nem Rosana, nem Regina, Cristina, ninguém, ninguém. Quem tá do financeiro, a única pessoa é a Jaciara, entendeste? Só que ela ainda não foi indiciada.
J: Égua cara, eu conheço a Jaciara, eu conheço a intimidade da Jaciara, pra mim não é.
S: Não é mal caráter, não é mal caráter, ela só obedeceu ordem. E aí o que vai acontecer, o Ministério Público vai achar todo esse bolo, as pessoas maiores já estão sendo ouvidas, porque se mexer a nível de licitações, aí vai o Mario Couto, vai o Juvenil, o Milquinho.
J: Vai buscar o Carmona.
S: Mas o Carmona eles não pegar. Porque a cagada toda é do Mario Couto pra cá.
J: Maior né?
S: É, a maior. As outras anteriores é mais difícil. Pelo reflexo total, o quê que acontece: o Mario Couto sabe todos os podres do Carmona, Carmona sabe todos os podres do que eram do Luis Otávio, O Luis Otávio sabe todos os podres do Zenaldo, entendeste? Um sabe a cagada do outro, então isso aí, é um efeito dominó. A minha questão de eu vir aqui contigo e o que eu conversei com o Dr. Sergio, é pra livrar o meu departamento, o que eu quero é suporte para o meu departamento, pra minha história, é onde eu posso defender, é o que eu sei defender.
(...)
J: É uma sinuca de bico.
S: Pois é, eu tô te perguntando, se tu disser, olha Sandro, de repente na quinta-feira o que o Dr. Sergio vai dizer lá, que é o que ele tem que dizer, como eu falei, o senhor tem que dizer a verdade.
(...)

[20min37seg]
J: Aí eu fico numa situação Sandro, eu sinceramente Sandro, eu tô perdido Sandro, eu tenho minha consciência tranqüila que eu nunca recebi nada da Assembléia, eu nunca recebi um cheque da Assembleia.
J: Como é que tu sabes que eu vou justificar, se tu sabes que até alteração de empresa ela fez, sem me participar, eu tenho minha assinatura falsificada pela Daura.
(...)

3 comentários:

Anônimo disse...

Se é no Japão ou qualquer país de primeira linha, teria uma série de suicídios à bem do serviço público e da vergonha. Repito: em outros países teriam cometido suicídios: senador, deputado federal, estadual e o diabo. E depois a Polícia fica prendendo bandidos bererés.

Anônimo disse...

Que tal prenderem e não soltarem toda esta turma? omo só ladrão de galinha que se prende nesta terra fica dificil prender toda esta cambada de ladrões.

Anônimo disse...

Não é Milquinho e sim MIRIQUINHO, na época deputado estadual pélo PT, hoje deputado Federal, àquele responsável peçlo cadastro de pescadores para defeso no Pará.