quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E o PT, questionará Ana Júlia? Quando?

Petistas que ainda não se conformaram até agora com a ascendência da Democracia Socialista - a tendência minúscula do PT - sobre a governadora Ana Júlia não desistem de tentar um acerto de contas com esse pessoal da DS.
Um acerto de contas político, evidente.
Porque, afinal, noblesse oblige.
A nobreza obriga, vocês sabem.
E muito embora essas disputas internas entre as tendências petistas nada tenham de muito nobre, de qualquer forma convém limitar os acertos de contas ao âmbito político.
Eminentemente político, é claro.
Pois é.
Mas muito embora a sede do acerto de contas permaneça, há segmentos no PT - vários, e dos mais expressivos - que há muito estão certos do seguinte.
Estão certos de que a governador Ana Júlia não foi feita refém da DS e de um nucléolo.
Ela, em verdade, deixou-se ficar refém.
Ainda chegou a procurar outras companhias, mas não se desgarrou daqueles que a mantinham refém.
Ou por outra: ficou refém porque quis.
Ficou refém porque achou que era mais cômodo ficar.
Ficou refém porque chegou a um ponto em que não conseguiu mais se desvencilhar das garras de um núcleo minguado que tentou fazer o papel reservado à própria governadora.
Há petistas convictos de que Ana Júlia, tida como a guerreira, ensarilhou as armas, depôs as armas, baixou-as, acomodou-as em algum escaninho do Palácio dos Despachos, em vez de dizer mais ou menos assim: "A governadora sou eu. E PT saudações".
Ou DS saudações.
E deu no que deu.
Refém de um nucléolo, a governadora assim se manteve até durante a campanha.
Daí para a derrota foi um passo.
Certos de que Ana Júlia não foi a verdadeira Ana Júlia diante do nucléolo que a tornou refém, petistas há - muitos - que debitam na conta de Sua Excelência a responsabilidade única pelos desacertos de seu governo e pela derrota que viria a sofrer para o tucano Simão Jatene.
E estão certos, além disso, que a governadora ainda precisa ser direta, frontal, objetiva e diretamente questionada sobre ações e omissões que podem ter contribuído para o insucesso eleitora - dela, de seu governo e do PT.
E afinal: Ana Júlia será questionada internamente?
Quando?

4 comentários:

Anônimo disse...

Boa. Muito boa. Vc deve estar traduzindo, neste comentário equilibrado e certeiro, o pensamento dos petistas escanteados, enquanto o grupelho desmandava. E olhe que o acerto de contas, a depender da vontade de muitos, deveria ser com a mesma falta de nobreza com que os trogloditas do núcleo trataram a "periferia" do partido enquanto mantinham a governadora em, digamos, cárcere privilegiado.

Anônimo disse...

A última vez que a esquerda fez algum tipo de autocrítica pública foi por ocasião do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, quando Nikita Khruschev denunciou os crimes da era stalinista.

De lá para cá, mesmo nos países democráticos, não se vê a esquerda fazer autocrítica alguma.

Veja-se, por exemplo, o caso do Mensalão. No início, Lula pediu perdão à nação pela revelação daqueles eventos, o José Dirceu ainda permanece no PT (e ainda dá as cartas no partido), não houve nenhuma autocrítica e, agora, alguns ainda sustentam que nunca houve o Mensalão, ou seja, a compra de deputados e senadores pelo Executivo Federal, como se não houvesse um processo em curso no STF contra os 40 mensaleiros.

Portanto, autocrítica não faz parte do menú das esquerdas. E acredito que no Pará não vá ser diferente.

Anônimo disse...

Putz! Quem faz autocrítica dentro ou fora do PT? A espetacularização dessa política mesquinha não permite.

Anônimo disse...

Devemos admitir, também, que as tendências do PT se acomodaram nos seus FEUDOS que turbinaram várias candidaturas, por exemplo cada tendência elegeu um federal Ze Geraldo (PT pra valer). Puty (DS); Miquinho (Unidade). Faro (Coletivo). O PT não emparedeu a governadora pq não quis pois estava tudo muito bem obrigado !!! Cada uma mandando ver nos seus Feudos.
O PT não colocou em prática o seu projeto politico para a Amazônia, construido por muitas gerações de lutadores, deixou-se quedar por programas cm bolsa- trabalho e naufraga Pará.
Temos execeçoes importantes que não foram valorizadas na Campanha, como os programas de regularização fundiária, mesmo as ações da SEDCT do Comissário Marcílio.
Não acredito mais nas lideranças políticas do PT q ai estão e acredito que uma grande parcela da sociedade que sempre votou no PT, mesmo após o mensalao, hj fica sem referência, pois o PT do Pará no poder monstrou que foi o mais do mesmo