quinta-feira, 6 de maio de 2010

Insubordinação ou raça?

Do leitor Márcio Vasconcelos, sobre a postagem "Um olhar pela lente":

Ainda bem que o Santos foi campeão, pois o público ato de insubordinação do Ganso, ao se recusar em ser substituído, virou um ato de heroísmo. Se o Santo André fosse campeão, a carreira do Ganso iria para o ralo.
E o Dunga, deve estar pensando já pensou em um jogo de Copa do Mundo, o Ganso tendo que ser substituído, e o jogador dizer ao técnico e ao mundo que quem manda é ele e não sairá.
Na minha opinião, sem oba-oba o Ganso não foi feliz em se recusar a sair.


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Do Espaço Aberto:

Caro Márcio.
Não foi bem assim.
Se você leu ao noticiário sobre esse, digamos, incidente e acompanhou os programas de esporte, certamente deve ter lido, ouvido e visto a explicação do próprio técnico Dorival Júnior.
E o que o treinador explicou foi o seguinte.
Antes da decisão dele, Dorival, de substituir Ganso, o jogador já vinha dando demonstrações de que estava exausto.
Aliás, Dorival disse que ouviu isso do próprio Ganso, num momento em que o jogador se aproximou da linha lateral do campo.
Assim, e como a partida exigia muito dos atletas, já que o Santos estava com apenas oito jogadores em campo, o técnico resolveu substituí-lo.
Mas eis que Ganso, ao contrário do que supunha o próprio Dorival, disse que não.
Disse que dava para aguentar a parada até o fim.
E o técnico, então, o deixou em campo.
Foi isso.
Márcio.
Ganso é muito novo.
É muito jovem.
Está começando agora na carreira.
Não teria, portanto, essa cancha toda para contraria uma decisão do treinador, e acima de tudo em jogo decisivo.
Foi isso.
Em verdade, a recusa de Ganso em sair, vista sob outro ângulo, revelou a sua raça, o seu compromisso com o time, o seu empenho em conquistar o título, a sua fidelidade aos companheiros.
Todas essas, caro Márcio, são qualidades e condutas que Dunga apoia, preza e cobra de seus atletas.
Quem sabe se o Ganso, por ter feito o que fez, recusando-se a sair, não conquistou o Dunga?
Quem sabe?
Tomara!
Tomara que tenha conquistado!

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse fato me lembra o ocorrido na copa de 1998 em que o Brasil perdeu.Como todos devem lembrar Ronaldinho o "fenômeno" (em ganhar dinheiro ele é realmente sem igual) arrastava-se no campo, e nada de o treinador o substituir. Tempos depois o mesmo treinador (Zagalo) em uma entrevista justificava sua atitude. Dizendo que escalou o "melhor" do mundo a pedido do mesmo e que não seria ele quem iria impedir o "melhor" do mundo de jogar um final de Copa do mundo. É claro que a situação é diferente, mas dá pra refletir sobre quais os reais interesses que movem as escalações dos jogadores na Seleção brasileira.

Cláudio Teixeira

Anônimo disse...

Tudo explicado, e bem direitinho, ao Márcio, pelo PB, resta dizer que a figura da insubordinação continua presente no caso.
Há teimosos e teimosos.
O teimoso da vez, o Ganso, em ato de rebeldia contra o Dirival.
No cenário mais relevante, a rebeldia do Dunga que não perde a mania de irritar a galera com certas convocações e certas omissões,como a convocação mais que lógica e coerente do Ganso e também do Neymar.