segunda-feira, 17 de maio de 2010

O governo não pode ser o cara traído que estava num bar

Olhem só.
O governo do Estado precisa ter muito cuidado com quem escala para defendê-lo, depois da divulgação de parte, uma pequena parte, da documentação contida nas sete caixas que ex-auditora-geral do Estado Tereza Cordovil remeteu à Assembleia Legislativa.
Aliás, deve ter muito cuidado não apenas com que escala, mas com as explicações do escalado, as suas justificativas.
Do contrário, se não observar essas cautelas, o governo do Estado pode se tornar o cara traído que estava num bar.
Vocês não sabem da história?
É uma historinha.
Banal.
Singela.
Sem maldade alguma.
É assim.
Um cara estava num bar, dia de sábado. Dividia a mesa com vários amigos.
Até que chegou mais um amigo e lhe disse:
- Vai agora, agorinha à tua casa. A tua mulher está no quarto com outro. Está subindo pelas paredes. Está pintando e bordando com ele no quarto.
O cara se levantou e foi até a casa dele, que era próxima ao bar.
Chegou lá, viu, conferiu e voltou para o bar. Sem demora.
Quando voltou e se sentou à mesa, o silêncio foi geral.
E ele, calado.
Até que um dos amigos quebrou o silêncio.
- E aí? Foste à tua casa?
- Fui.
- Ela estava mesmo no quarto com outro?
- Estava. Mas não estava fazendo assiimmmmmmm, com esse exagero todo, como vocês me disseram. Mas estava.
Pois é.
A mesma coisa com o governo do Estado.
Seus interlocutores dão a impressão de que admitem haver corrupção no governo Ana Júlia.
Mas não é assiimmmmmmm, não é essa corrupção toda que vocês imaginam. Mas é corrupção.
Essa é a impressão que certos interlocutores transmitem.
Com todo o respeito.
Corrupção, ou tem ou não tem.
Uma corrupçãozona ou um corrupçãozinha é apenas é uma questão de grau.
Mas é corrupção.
É preciso, pois, o governo Ana Júlia ter cuidado.
Para não fazer o mesmo papel do cara traído que estava no bar.

3 comentários:

Anônimo disse...

A pedra no sapato da Governadora não é o tamanho da corrupção que está instituída no Estado, mas as pessoas envolvidas. Isso porque, mesmo nos órgãos em que o gestor era de outros partidos aliados, quem mandava de verdade eram indicados do PT normalmente ligados às altas lideranças do Governo, quando não eram ligados a parentes ou a própria Governadora. Do jeito que as coisas estão ou somente serão divulgadas as "corrupçõezinhas" que não estão ligadas ao comando do Governo ou o silêncio custará caríssimo a Governadora - quem sabe até parte daquele empréstimo de R$ 366 milhões - ou, pior, as duas coisas.

Anônimo disse...

PB,não é Tereza Cordovil?

Poster disse...

É sim, Anônimo.
Está corrigido.
Gratíssimo.
Abs.