Uma comissão formada por um juiz e uma procuradora, do Judiciário do Suriname, está em Belém para localizar vítimas e testemunhas dos ataques contra brasileiros que moravam numa região de garimpo em Papatam, próximo à cidade de Albina, leste do Suriname. A comissão é responsável pelo inquérito que investiga nove homens acusados de terem cometido os crimes mais graves durante os distúrbios, que aconteceram na noite do dia 24 de dezembro de 2009.
Os nove acusados estão presos no Suriname e negam participação nos crimes. Eles são suspeitos de roubos, estupros e lesões corporais graves. Outros 25 acusados por crimes menores durante os distúrbios já foram julgados, com o apoio de testemunhos de brasileiros que ficaram no Suriname.
Os nove casos mais graves, a pedido do Ministério Público do Suriname, deram origem a uma investigação judicial, mais aprofundada e conduzida por um juiz, em vez da polícia. É essa investigação que chegou agora a Belém, para onde vieram pelo menos oito das vítimas dos ataques.
Durante a fase da investigação policial, logo depois que os distúrbios foram controlados, essas oito pessoas foram resgatadas, levadas a Paramaribo e reconheceram seus agressores. Agora, as informações delas precisam ser confirmadas. Até agora, os investigadores conseguiram localizar e ouvir apenas duas pessoas que estavam em Papatam durante os incidentes. Vão permanecer mais dois dias tentando localizar as outras testemunhas.
Os trabalhos da comissão ocorrem na sede do Ministério Público Federal, que coopera com as investigações. As atividades da comissão em território brasileiro tem que obedecer tanto às leis holandesas quanto às brasileiras, por isso é necessário que o MPF acompanhe e convalide os atos.
Lembre o caso
Os distúrbios da noite de 24 de dezembro de 2009 em Papatam, começaram após uma briga entre um surinamês e um brasileiro, que resultou na morte do primeiro e em revolta entre os surinameses. Muitos brasileiros moravam na área, às margens do rio Marowijne, próximo à cidade de Albina. Eles foram atacados com violência, houve incêndios, depredação, roubos, estupros. Não foram confirmadas mortes de brasileiros. Muitos fugiram e se esconderam por horas nas matas da região até que foram resgatadas pelas autoridades surinamesas.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF
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