No AMAZÔNIA:
Os times do interior têm crescido ou os da capital é que têm caído? A julgar pelo Parazão 2009, em que o próprio São Raimundo eliminou o Remo, a primeira opção seria a mais correta. Por outro lado, a média de público dos jogos no Baenão foi menor do que a das partidas disputadas no Colosso do Tapajós. Os alvinegros registraram a média de 10 mil torcedores por jogo em que o time foi o mandante. Os azulinos não passaram dos 6,5 mil.
As estatísticas mostram que, embora tenham chegado mais às finais do Parazão, as equipes do interior têm estado menos presentes no Estadual nos últimos anos. Em 2006, participaram cinco equipes, de um total de oito times. Em 2007, as interioranas eram seis entre dez. Em 2008, contando com o Vila Rica/Cametá, dos dez participantes, metade eram do interior. E, em 2009, apenas quatro equipes de fora participaram do campeonato.
Para Antônio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF) há 12 anos, a ascensão das equipes interioranas tem ocorrido em todo o Brasil. Pode ser percebida tanto nos campeonatos estaduais quanto nos nacionais. 'É o que o futebol reserva para todos nós', diz. 'Temos visto equipes de menor porte crescendo. E isso não acontece somente no Pará. Na minha opinião, os clubes do interior tiveram mais sorte na montagem de suas equipes'.
A crise dos 'gigantes' e a estruturação dos 'pequenos' têm repercutido na média de público do campeonato. E, apesar da transmissão televisiva e da proibição da venda de bebidas alcoólicas, apontadas como as causas para a queda de público, os borderôs dos últimos campeonatos paraenses não têm mostrado essa queda. Em 2008, a média era de 3.479 torcedores por partida. Em 2009, esse número cresceu para 3.714 por jogo.
O presidente da FPF acredita que o próprio São Raimundo tenha sido responsável pela manutenção da média de público num cenário de queda. 'Engrossou o número de torcedores do São Raimundo. Acredito que essa média se manteve em razão da campanha do time', conclui Nunes, que reconhece a queda de Remo e Paysandu. 'O que tem ocorrido é que os clubes puxadores de renda não têm se classificado. Com isso, a renda cai', afirma o dirigente.
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