domingo, 12 de julho de 2009

Trabalho aumenta renda e autoestima

Por Noely Lima, do AMAZÔNIA

A tarefa de corte e costura divide espaço com a atenção na atividade da filha de 13 anos, portadora de necessidades especiais. Enquanto se dedica ao ofício de costureira, a dona de casa Maria Santana Mota, de 44 anos, acompanha de perto o tratamento da filha Thaís, atendida na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do município de Barcarena. O acompanhamento de Maria não seria possível se ela não fizesse parte do Projeto Japiim, que ocupa mães de crianças portadoras de necessidades especiais atendidas pela Apae.
Desenvolvido pelo Grupo Alubar (empresa de vergalhões e cabos elétricos de alumínio), o projeto oferece oficinas de corte e costura, materiais e toda a infraestrutura de maquinário para atender às mães de pacientes da instituição.
Por funcionar ao lado da sede da Apae, o projeto permite que as mães desenvolvam uma ocupação permanecendo próximas aos filhos durante o tratamento. 'Foi a melhor coisa que poderiam ter feito para nos beneficiar. Agora tenho uma renda todo mês e ainda acompanho o desenvolvimento da minha filha durante o tratamento', completou Maria.
A iniciativa deu tão certo que o Japiim ficou em primeiro lugar na categoria desenvolvimento sustentável e responsabilidade social, do Prêmio 'Ser Humano Oswaldo Checchia 2009', promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Brasil (ABRH Nacional).
A idéia do projeto surgiu com a finalidade de gerar renda por meio do corte e da costura a comunidades carentes de Barcarena. A iniciativa, que já beneficiou em dois anos mais de 50 mães, tem transformado a vida de várias mulheres do município. '‘Percebemos que muitas delas passavam o dia inteiro paradas aguardando pelos filhos, então decidimos que seria bom oferecer alguma atividade que pudesse ser feita durante a espera o tratamento dos filhos', comentou Márcia Campos, coordenadora do projeto.
Segundo ela, a idéia do ofício de corte e costura surgiu com o objetivo de geração de renda às mães. 'Começamos com artesanato, pois elas gostam muito desse tipo de atividade.
Depois percebemos que, além da ocupação, o ideal seria oferecer uma atividade que pudesse gerar renda a elas, daí surgiu a idéia da costura, pois poderiam produzir peças sob encomenda', explicou Márcia.
A importância do projeto na vida das mães também foi destacado pela coordenadora do projeto. 'Agora elas possuem uma renda que ajuda no sustento da família, além de que já começam a caminhar com as próprias pernas. O Japiim ofereceu o suporte, mas o aperfeiçoamento partiu delas, que demonstram muito profissionalismo. É importante ressaltar também o apoio do Grupo Alubar, pois a empresa continua acompanhando de perto o desenvolvimento do projeto. Isso é muito positivo, pois mostra a preocupação com o bom resultado do projeto', afirmou Márcia.

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