No AMAZÔNIA:
Termina este mês o prazo dado pelo Ministério da Saúde para que a administração coloque em funcionamento o acelerador linear, equipamento comprado ainda em 2002, mas a previsão da diretoria é que isso só aconteça em outubro. A administradora Simone Andrade relatou que há 15 dias tenta marcar o início do tratamento de radioterapia da avó, Maria Constância Macedo. As ligações para o hospital são diárias. Ainda ontem de manhã, em nova tentativa, ela foi informada que não havia previsão para o retorno.
A justificativa apresentada à administradora foi de que o aparelho de radioterapia está quebrado, apesar da assessoria do hospital negar qualquer falha no serviço. Para a neta da paciente, o Ministério Público precisa intervir para que as vítimas tenham clareza do que está acontecendo.
Simone está preparando material para encaminhar ao Ministério Público Estadual e, além das informações, quer que o órgão cobre do Estado a garantia de tratamento dos pacientes. Ela observa que, se a instalação de novos equipamentos ainda for demorar, é necessário que o governo apresente alternativas como pagamento por serviço particular ou encaminhando para outro Estado. 'Não dá pra ficar assim. A minha avó tem mais de 70 anos e está num estado gravíssimo. A doença pode estar comprometendo os rins dela e os médicos só farão a cirurgia nela depois que for feita a radioterapia. Mas não é só por causa da minha avó que reclamo, é porque vi a situação dentro do hospital. É deprimente', comenta.
A assessoria de Comunicação do HOL negou que o serviço de radioterapia esteja suspenso ou que aparelhos estejam quebrados. As informações repassadas são de que essas situações só ocorreram uma vez este ano, sendo que o Acelerador Linear Modelo 67 (aparelho que realiza a radioterapia) ficou 45 dias parado e o simulador (aparelho de raio X que marca no corpo os locais onde será aplicada a radiação), pouco mais de um mês.
Conforme a assessoria, a última vez que o simulador parou foi no dia 10 de junho, gerando uma demanda não atendida de 70 pacientes. Diz a nota que só não foi encaminhado para o Piauí e Tocantins quem não quis, mas não se tem levantamento de quantos foram para esses outros Estados através do programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Quanto aos casos recentes, a assessoria sugere problemas de comunicação, pois, o hospital dispõe de equipe de profissionais que contacta os pacientes até quando eles faltam às consultas.
A assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde informou que o órgão aguarda a conclusão da obra para colocar o Acelerador Linear em funcionamento este mês, conforme projeção feita pelo hospital em março deste ano. Mas a direção fala em outubro.
O Ministério recomendou a construção do espaço em abril de 2007, depois de ter sido acionado pelo Ministério Público Estadual e constatado que o equipamento de R$ 3,2 milhões, adquirido através do programa federal Reforço ao Sistema Único de Saúde (Reforsus), continuava encaixotado.
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