quarta-feira, 1 de julho de 2009

Kit escolar: desde março, mais de 100 postagens no blog


O Espaço Aberto começou a abordar com profundidade o caso das aquisições suspeitas dos kits escolares exatamente no dia 2 de março deste ano.
De lá até agora, foram mais de 100 postagens sobre o assunto – 110, para ser preciso – e mais de 250 comentários.
Para ter acesso a todas as postagens feitas até agora, clique aqui.
A primeira abordagem sobre o caso teve como título Kit escolar: entre o risco e a estupefação.
Foi acompanhada das duas fotos que aparecem acima.
O texto foi o seguinte:

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Observe a foto lá no alto.
É da Agência Pará. Mostra um estudante do primeiro grau da Escola Estadual Barão de Igarapé-Miri com uma agenda sobre a carteira. Clique para ver melhor.
Observe a foto acima. Também é da Agência Pará.
Aparecem a governadora Ana Júlia Carepa e estudantes da mesma escola. Eles mostram a mesma agenda e também exibem uma mochila para guardar o material.
As crianças têm razões para comemorar.
Têm razões para sorrir.
Ganharam do Estado um kit composto de duas camisas da escola onde estudam, uma mochila e uma agenda escolar.
É um kit escolar limitado, admita-se.
Mas é justo reconhecer que, mesmo assim, essas crianças têm razões para sorrir porque, carentes de recursos, muitas delas não teriam, em condições normais, nem mesmo esse pouco para começar o ano letivo.
E a governadora Ana Júlia?
A governadora, é claro, ri porque as aparências recomendam.
Ana Júlia deve sentir-se regozijada, como cidadã e governadora, de desenvolver ações que minimizem as dificuldades de milhares de crianças e adolescentes, facilitando-lhes o estudo e aprendizagem.
E o distinto público? E o contribuinte?
E aqueles que votaram em Ana Júlia sob a expectativa, entre outras, de que elegeriam um governo que primaria pela transparência - transparência completa, e não meia transparência?
Estes não têm, não, qualquer razão para rir. Nem para sorrir.
É que uma ação meritória, como a entrega de um kit escolar, pode estar envolta numa das ações mais nebulosas – senão a mais nebulosa - do governo Ana Júlia Carepa.
A ação meritória esconde três fatos e algumas versões.
Os fatos: primeiro, o kit escolar distribuído pelo governo do Estado foi adquirido sem licitação pública; segundo, cerca de 1,2 milhão de agendas escolares que compõem o kit foram produzidas em João Pessoa, a capital da Paraíba, pela gráfica Santa Marta; terceiro, o pagamento referente às agendas foi feita à empresa Double M, uma das oito regularmente selecionadas pelo governo do Estado, mediante processo licitatório, para prestar serviços de divulgação institucional.
São fatos que causam estupefação.
E as versões?
As versões envolvem os custos.
Ninguém sabe ao certo, até agora, quanto custaram todos os kits escolares.
Fala-se num custo total que alcançaria os R$ 90 milhões.
Também não se sabe ao certo quanto custaram as agendas. Estima-se em R$ 15 milhões.
E não se sabe ao certo quantas agendas foram produzidas; fale-se em 1,2 milhão de agendas, para atender um público estimado em 850 mil alunos matriculados na rede estadual de ensino em todo o Estado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Até já sei o "discurso" da desculpa-justificativa:
É tudo porque sou a primeira mulher a governar o estado.
É tudo intriga de quem passou anos e nada fez "pelo bem do povo".
É tudo campanha política da oposição.

Tudo manjado e repetitivo; esperem e verão.

Anônimo disse...

Esta foto é muito velha, atualmente a nossa Governadora está magrérrima!

Anônimo disse...

"Magrérrima!" ehehehe!!