No AMAZÔNIA:
Enquanto o Ministério das Comunicações discute a implantação do sinal digital de televisão e o acesso em altíssima velocidade à internet, mais da metade dos brasileiros simplesmente não sabe o que a rede mundial de computadores pode fazer: estima-se que 77 milhões de pessoas nunca tenham usado a internet - não sabem o que é e-mail, jamais pesquisaram no Google e nem sonham em assistir aos seus programas de TV pelo Youtube. A estimativa, do Comitê Gestor da Internet (CGI), órgão multisetorial ligado aos ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, revela que há um Brasil, dentro do Brasil, excluído digitalmente.
Nas áreas urbanas, a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação do CGI aponta o acesso à internet em 20% dos domicílios. Nas áreas rurais, esse percentual é ainda mais baixo, e não supera a média dos quatro pontos percentuais. Significa que é preciso entrar em 20 residências no interior do Brasil para encontrar uma com um computador ligado à rede. E isso não significa que o acesso é feito com qualidade.
Os serviços de banda larga, que permitem acesso a conteúdo em alta velocidade e proporcionam a realização de chamadas telefônicas pela internet, ainda são restritos às capitais, áreas metropolitanas e grandes cidades. Em alguns estados do Norte, como Roraima e Amapá, este tipo de serviço ainda engatinha lentamente. Até um ano atrás, Boa Vista, a capital de Roraima, e Macapá, no Amapá, ainda estavam reféns das conexões discadas - que permitem acesso via linha telefônica - da mesma forma como era feito há dez anos atrás.
Em maio de 2008, o Ministério Público de Roraima ingressou com uma Ação Civil Pública contra uma operadora de telefonia para obrigar a instalação dos serviços de banda larga no Estado. Ação que só gerou efeitos agora: em junho deste ano, o governo de Roraima anunciou a instalação da internet em alta velocidade. Isso, a partir de agosto.
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