domingo, 19 de julho de 2009

“É melhor vocês saírem daqui, senão vão levar ‘farelo’’'

No AMAZÔNIA:

'É o fundo do poço'. Assim o líder comunitário Manuel Antônio da Silva Campos, 66 anos de idade e 59 de residência no Guamá, avalia a situação vivida pelos profissionais de segurança pública que atuam no bairro. Segundo ele, a falta de controle sobre áreas próximas à seccional mostra que falta um plano adequado de combate à violência no bairro. 'É realmente triste vermos que nem as delegacias de polícia estão livres disso, qualquer dia os bandidos entram lá e tomam conta. Já ouvi falar de gente que foi assaltada longe da seccional e teve medo de ir registrar ocorrência, com medo de ser assaltada de novo', comenta. 'A polícia faz sua parte, dialoga conosco e faz o policiamento, mas o problema é muito além disso. O problema é a miséria, a falta de oportunidades, o medo', analisa Manuel.
De fato, uma rápida caminhada pelos arredores da seccional mostra o clima de medo em que a população vive. Ruas vazias e policiais armados nas esquinas compõem um quadro violento de que os próprios moradores buscam se distanciar. A reportagem tentou ouvir a população da Riacho Doce sobre a situação, mas só houve respostas negativas. Menos de dez minutos após a entrada no local, um funcionário de construção civil alertou: 'É melhor vocês saírem daqui, senão vão ‘levar farelo’'. A poucos metros, dois homens olhavam fixamente para a equipe e conversavam entre si, caminhando lentamente rumo à ponte na avenida Perimetral.

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