quarta-feira, 15 de julho de 2009

Casarões abrigarão camelôs

No AMAZÔNIA:

Os dois casarões abandonados há mais de 20 anos, localizados na travessa Padre Eutíquio - quase em frente ao shopping Pátio Belém -, podem ser transformados em espaços destinados a abrigar os vendedores informais. A proposta foi apresentada oficialmente pela Associação dos Trabalhadores Informais do Centro Histórico de Belém durante uma reunião realizada na última segunda-feira (13), que contou com cerca de 130 vendedores ambulantes, além da participação do secretário municipal de Economia, João Amaral.
A prefeitura está tentando adquirir os prédios com o objetivo de remanejar os trabalhadores para um novo espaço, a ser construído naquele mesmo local. Segundo o secretário, as negociações para a aquisição dos imóveis já estão bem adiantadas. Para ele, a causa é de utilidade pública. 'O município não tem nenhum interesse em adquirir um espaço que não seja viável e que não atenda ao interesse da classe trabalhadora. Isso acarretaria em danos irreparáveis ao próprio município, pois não resolveria a situação da ocupação desordenada do comércio informal na área nobre localizada no entorno do shopping', justifica Amaral.
De acordo com João Amaral, propostas desse tipo só podem avançar se forem discutidas e elaboradas em parceria com os trabalhadores informais que trabalham na área. Ele assegurou que um convênio entre a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) e as devidas entidades deve viabilizar o gerenciamento desses espaços pelos representantes dos trabalhadores informais. Se concluída com sucesso, a mudança será benéfica para os comerciantes e ainda será capaz de desafogar o intenso fluxo de pedestres que caminha diariamente pela travessa Padre Eutíquio.
Existe uma certa urgência em desocupar as calçadas daquelas redondezas, por causa de um ofício do Ministério Público que estipula a liberação da área em 60 dias. Sobre o prazo, o secretário foi enfático ao afirmar que os trabalhadores serão remanejados logo que as obras forem concluídas, e que o prazo estipulado pelo MP não preocupa o poder municipal. 'O Ministério Público elaborou o documento a partir do cronograma de entrega das obras apresentados pelo município. Portanto, se houver necessidade de pedir um novo prazo para a conclusão das obras, a PMB o fará sem nenhum problema', afirmou.
Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Informais do Centro Histórico de Belém, Heleno Freitas, a ideia de propor o remanejamento partiu da necessidade da categoria de antecipar qualquer ação judicial que possa obrigar a prefeitura municipal a retirá-los das ruas. 'Nós não queremos que aconteça na Padre Eutíquio o que aconteceu na Presidente Vargas. Foi uma ocasião em que todos foram pegos de surpresa. Felizmente, o dono dos imóveis está disposto a negociar os espaços e a atender às necessidades dos camelôs', comentou ele, que também se mostrou contente pelo desbloqueio poder ser realizado de forma pacífica e organizada.

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