quinta-feira, 11 de junho de 2009

Roteiro de filme de suspense nas escolhas para os TCs

Não passou despercebido – muito pelo contrário – dos observadores mais atentos uma conversinha, digamos, pouco amistosa entre os deputados Joaquim Passarinho (PTB) e Júnior Hage (PR), ontem, no plenário da Assembléia Legislativa. O deputado Márcio Miranda (DEM) também estava por perto.
Os dois se falavam no fundo do plenário e, pelos gestos e expressões, os observadores – inclusive os menos atentos – percebiam claramente que Suas Excelências estavam meio esquentados.
Passarinho era dado como um dos nomes certos para concorrer à vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), que pertence exclusivamente à Assembleia e foi aberta com a recente aposentadoria do conselheiro Fernando Coutinho Jorge, por limite de idade.
O deputado petebista, no entanto, resolveu não participar da disputa.
Hage, ao contrário, é candidatíssimo. E com um detalhe: especula-se que um acordo garantiria a ida dele para o TCE, ao mesmo tempo em que, logo, logo, a mãe dele, Rosa Hage, atual presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), pediria aposentadoria, abrindo mais uma vaga.
Ocorre que para essa nova vaga, no TCM, já estaria garantido um deputado do PMDB, cuja candidatura seria imbatível.
Tem mais: há quem aposte que quatro candidatos é uma quantidade muito alta para concorrer a apenas uma vaga no TCE.
“Você pode apostar que alguém terá que abrir mão da candidatura”, disse um deputado ao poster, ontem, por telefone.

E as compensações, cadê?
Ele entende, por exemplo, que a expectativa de um parlamentar, como o caso de Júnior Hage, por exemplo, é apenas o de conquistar a vaga. Mas a expectativa do G8 é outra: o grupo quer compensações para apoiar este ou aquele candidato. E as compensações são mais importantes porque o ano que vem é de eleição, e os 41 deputados vão disputá-la, evidentemente.
Com quatro candidatos, o clima na Assembleia beira o da guerra aberta.
“É um desconfiando do outro. É um suspeitando do outro. É um barganhando contra o outro. O clima está horrível. Muito melhor seria se chegássemos a um consenso”, concorda outro deputado com quem o poster falou.
Como se vê, o preenchimento dessas vagas para os tribunais de contas ainda vai render bons roteiros.
De filme de suspense.
Igual ao roteiro que resultou na surpreendentemente eleição de Cezar Colares para o TCM, em setembro do ano passado.
Uma eleição temperada com trairagens, rachas e insatisfações.
Uma eleição que se processou contra todas as expectativas e todos os prognósticos.
Lembram?

3 comentários:

Bia disse...

Bom dia, caro Paulo:

espantoso é a maioria da Assembléia mobilizar-se em torno de uma sinecura imoral, como se fossem "donatários" da capitania do Grão Pará.

Enquanto isso, mais de 100 mil adolescentes estão fora da escola, a perspectiva real da juventude é o desemprego, o trabalho incerto ou a marginalidade nos braços do tráfico, a não-assistência à saúde é o infortúnio de todos e o novo modelo de desenvolvimento estacionou na cozinha do Hangar.

Santo Ambrósio sequer tem passado férias conosco!

Um abraço.

Poster disse...

Bia, é o gosto pelo poder, amiga.
O gosto sedutor pelo poder.
Abs.

Anônimo disse...

O Povo não é bobo diz
No café da manhã do G8 que acontceu na ALEPA foi tudo delinheado como vc coloca, principalmente no que tange as negociações principalmente com o governo, agora é saber se o governo vai querer negociar já que o PT não tem inscreveu ninguém filiado ao partido. Agora te digo uma coisa esse G8 é um grupinho que só quer barganhar