No AMAZÔNIA:
O índice de tabagismo no Pará reduz a cada ano, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa). Em 2006, 14,4% da população do Estado, maiores de 18 anos, eram fumantes. Este índice caiu para 14,3% em 2007 e diminuiu ainda mais em 2008, totalizando 13,5% dos paraenses maiores de 18 anos. Segundo a coordenadora estadual de Controle ao Tabagismo da Sespa, Raquel dos Anjos, as campanhas de combate ao fumo são as principais responsáveis por esta queda.
Ontem foi comemorado em 192 países o Dia Mundial Sem Tabaco. Em Belém a data foi celebrada na praça da República, com um estande montado pelas secretarias de Saúde do Estado e do município. Foi grande o número de pessoas que visitou a tenda da Sespa em busca de aferição de pressão arterial, levantamento da dosagem de monóxido de carbono no organismo, encaminhamento para tratamento, troca de carteira de cigarros por mudas de plantas, além de material educativo.
Segundo Mariza Dantas, coordenadora municipal de controle ao tabagismo, a ação foi preparada para mostrar aos usuários de cigarro a importância de abandonar o vício. 'Fizemos uma caminhada, distribuímos material educativo e levamos informações sobre o tratamento para àqueles que pretendem parar de fumar', revela. Segundo Mariza, em todo o Pará, apenas uma Unidade de Referência do Estado (URE) está apta a tratar pacientes que querem abandonar o vício, porém seis novas unidades, todas municipais, estão em construção.
Para Raquel dos Anjos é importante que novas leis sejam criadas, para restringir ainda mais àqueles que fumam em locais proibidos. 'Temos a Lei Federal 9294/96 que proíbe o uso do tabaco em prédios fechados (de uso coletivo). Há também a Lei Estadual 7094/08 que diminui ainda mais o cerco para os fumantes que não gostam de cumprir a lei. Agora, aguardamos a abertura, por meio da Câmara (Municipal de Belém) da Lei 7160, que inibe a utilização do cigarro em qualquer lugar fechado', destaca.
Passivos - Raquel afirma que uma das preocupações dos agentes de fiscalização de controle ao tabagismo é com os fumantes passivos, que, embora não fumem, trabalham em locais fechados, como bares, boates, restaurantes e precisam conviver com a fumaça. 'Precisamos conscientizar às pessoas do mal que elas causam, não só a si, como também a quem está por perto. As embalagens dos cigarros ilustram muito bem quais são esses males', aponta. A coordenadora avisa que, quem pretende parar de fumar deve ligar para 0800-611997. A ligação é gratuita.
Contudo, embora a campanha seja positiva, nem todos concordam em participar. O advogado Gilberto Barros, fumante há 25 anos, diz acreditar que a campanha traga bons resultados, mas se exclui. 'É ótimo ver trabalhos como este, mas não serve para mim. Se eu parar de fumar eu adoeço, e se eu for medir quanto o meu organismo tem de monóxido de carbono, vou ter sérios problemas psicológicos. Não quero nem medir, por que senão, é bem provável que eu nem consiga dormir, de preocupado', brinca.
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