sexta-feira, 12 de junho de 2009

Casais celebram o amor

No AMAZÔNIA:

CLARA COSTA, da redação

Em meio a tanta notícia ruim, eis que chega o Dia dos Namorados, enchendo de romantismo - nem que seja por um dia, nem que seja por breves momentos - a vida de quem tem, pulsando no peito, um coração apaixonado. O 12 de junho sempre será, com ou sem crise financeira, com ou sem gripe Influenza, um motivo a mais para se falar de amor e para se fazer surpresinhas. Afinal, no calendário amoroso, não há dia certo, até porque todos os dias são certos para se sonhar com a felicidade.
A data traz à tona o romantismo, qualidade que não é absoluta do sexo feminino. Que o digam Adna Gonçalves, 27, e Allan Feio, 29, juntos há quatro anos. Em datas especiais como aniversário de namoro e Dia dos Namorados, o casal costuma se presentear com lembranças personalizadas e exclusivas. 'Acredito que essas ocasiões merecem um presente diferenciado, que não encontramos em lojas. Procuro sempre surpreender, com objetos que tenham ligação com a nossa história e não sejam óbvios, afinal presentes materiais se vão, diferentes dos outros que são eternos, pelo menos na recordação', revela Allan. Assim, o arquiteto já criou caixa com fotos, scrapbook, video, chinelo com caricatura e até uma edição de O LIBERAL, em que declarava todo o seu amor pela namorada. Adna também não fica atrás nas lembranças. Já presenteou o amado com quadro, móbile e caixas personalizadas. A pedagoga revela que se surpreende com a sintonia entre eles: pelo menos em três ocasiões se presentearam com objetos idênticos. 'Parece que combinamos o que dar um para o outro, mas é pura coincidência. Ou melhor, estamos tão ligados que não poderia ser diferente', acredita.
Milton e Luisa Camargo - ambos professores - ela, pianista, ele, poeta, se encontraram através da palavra. Um anúncio, numa revista de variedades, aproximou o paulista da paraense. Naquele tempo, computador ainda atendia pelo nome de cérebro eletrônico e era coisa que só se via em balcão de companhia aérea. O romântico recurso das cartas fez com que o poeta viesse para Belém conhecer aquela que seria o amor de sua vida. Milton veio e só voltou a São Paulo para colocar um ponto final em suas atividades profissionais e voltar ao Pará, onde começaria nova vida. O casal, que não teve filhos, poderia encarnar um poema de Manuel Bandeira, na qual a personagem Anarina recebe, de seu amado, a proposta de 'viver de brisa'. Milton e Luísa não vivem de brisa, mas de felicidade.
Um casal apaixonado e aposentado faz tudo junto. Sem compromissos de hora marcada, eles viajam, ouvem música, jogam baralho, rezam, fazem tudo juntos. Para eles, todos os dias é Dia dos Namorados.
Abençoados - Juntos há dez anos, Emília e João Carlos Pereira se conheceram na Capela de Nossa Senhora de Lourdes - 'aos pés do Coração de Jesus e sob o olhar de Nossa Senhora', como lembra João Carlos - e nunca mais se afastaram. Ela é advogada e ele, jornalista. Com quatro filhas, lutam por instante de privacidade e regam a relação com flores, bilhetinhos escritos com caneta-piloto, no espelho do banheiro, e presentes sem uma data especial.
'O João sabe que eu amo flores e, de vez em quando, chego em casa e encontro uma espécie de margaridinha que amo. Quando viajamos, nosso quarto sempre tem flores que ganho dele e que, quando vamos embora, deixamos em uma igreja, para Nossa Senhora', diz Emília.
João Carlos completa: 'Sem os pequenos mimos, sem delicadezas permanentes, sem compreensão, sem açúcar e sem afeto, a relação terá o mesmo destino, como disse Jesus, sal que perde o sabor: não serve para nada'.

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