quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Preso golpista que atacava aposentado

No AMAZÔNIA:

Investigações policiais levaram à prisão de João Augusto de Almeida, de 39 anos, no final da manhã de ontem. Ele é acusado de falsificar documentos para conseguir empréstimos consignados, que são descontados nos contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Estima-se que João Augusto conseguia cerca de R$ 3 mil em cada empréstimo fraudulento. Ele foi detido por policiais da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE) no momento em que saía da residência dele no bairro da Terra Firme. Em uma pasta que ele tinha nas mãos foram encontradas carteiras de trabalho adulteradas, carteiras de identidade falsificadas e adulteradas e dezenas de outros documentos, como contratos de financeiras em branco e detalhamento de crédito de pensionistas e aposentados do INSS.
Há pouco tempo, ele havia sido detido por cinco dias após a prisão de outras pessoas envolvidas no esquema. Como não tinha nenhuma prisão preventiva decretada e também não houve flagrante, ele foi apenas ouvido pelo delegado Rogério Moraes - da Delegacia de Ordem Administrativa - e liberado. A princípio, acreditava-se que, no esquema, ele era uma das pessoas que davam entrada nos documentos junto às empresas financeiras. Entretanto, com a prisão, descobriu-se que a participação dele era bem maior, já que ele falsificava ou modificava documentos que eram anexados aos contratos de empréstimos.
De acordo com o delegado Rogério, o nome de João Augusto surgiu durante as investigações sobre o esquema. 'Ele será autuado pelos crimes de falsificação de documento público e uso de documento falso. Acreditamos que tem outra pessoa envolvida, mas ainda estamos tentando prendê-la', explicou. Dentro de uma pasta que o acusado tinha, foram encontradas três carteiras de trabalho, que estavam com a foto adulterada ou retirada. Havia também nove carteiras de identidade, a maioria somente com a parte de trás e duas eram falsas. Além disso, João Augusto também tinha uma espécie de matriz de carteira de identidade. Trata-se de um documento, onde havia o espaço para a fotografia e para a assinatura. O esquema constava em colocar uma fotografia e assinar. A parte de trás do documento era formada pelos dados do pensionista ou aposentado do INSS. 'Juntava-se o documento fraudado - mas com dados verdadeiros - com o contrato da financeira e dava-se entrada no pedido de empréstimo. Depois, esse pagamento era liberado através de ordem de pagamento na agência bancária. Com a identidade falsificada, ele ou outra pessoa ia receber o dinheiro. E o desconto era feito na conta do aposentado ou pensionista, alguns meses mais tarde', relatou o delegado.
João Augusto disse que os documentos que tinha não eram dele, e sim de uma outra pessoa. Na opinião do delegado, as financeiras também precisam ter cuidado na hora de liberar empréstimos. 'Algumas vezes, eles vão até as empresas e dizem que conhecem um grupo de aposentados que têm interesse em empréstimos. E as financeiras liberam então diversos contratos, que eles levam para preencher. É preciso que se tenha mais critério para liberar empréstimos e conferir se a documentação é verdadeira', disse o delegado.
Ainda segundo Rogério Moraes, o acusado já teve passagens pela polícia. Ele foi preso pela Delegacia de Furto e Roubo de Veículos Automotores (DFRVA), quando tentava comprar uma moto financiada usando documentos falsos.

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