No jornalismo – como na vida, aliás -, a boa pergunta quase sempre é a pergunta direta, simples, sem rodeiros e nem volteios.
No jornalismo – como na vida –, a pergunta no estilo criança é sempre a melhor. Porque crianças, vocês saem, são sempre sinceras, não tem papas na língua. Dizem as coisas de forma curta e direta.
A melhor pergunta é mais ou menos assim:
- Acusam-no de ser ladrão. O senhor é ladrão?
Ou então:
- Esta acusação revela que o senhor roubou dinheiros públicos. Por que o senhor roubou?
Ou assim:
- O senhor se diz contra a maconha. O senhor já fumou maconha? Se fumou, o senhor tragou? E gostou?
É assim, diretamente, que se arrancam as melhores respostas de alguém que é questionado, sobretudo homens públicos.
Lembram-se da pergunta de Boris Casoy a Fernando Henrique?
Foi simples:
- O senhor acredita em Deus? – perguntou-lhe Casoy na lata.
Foi assim – simples e direto.
FHC disse desconversou, não respondeu e, acredita-se, começou a perder a eleição ali mesmo, já que 80% da população de São Paulo era, à época, católica. Jânio Quadros venceu a eleição para prefeito, na disputa em 1985, e ainda se permitiu - tão logo tomou posse – desinfetar a cadeira de prefeito, a mesma em que FHC usara anteriormente, quando sentou-se nela, ainda na condição de candidato, para se deixar fotografar numa reportagem.
Pois é.
Boa pergunta, ótima pergunta, perfeitíssima pergunta está expressa na coluna de João Ubaldo Ribeiro, aqui em Belém reproduzida em O LIBERAL, na sua edição dos domingos..
Diz o escritor num trecho do artigo:
Então, vamos imaginar, para fins de discussão, o que é que d. Marta faria, se o seu oponente respondesse que não só não tinha filhos, como era homossexual. Que seria que d. Marta iria fazer com a informação? Chamar o oponente de "bicha, bicha, bicha"?
Está aqui.
Aqui está a deixa de João Ubaldo para Gilberto Kassab.
O prefeito bem que poderia, no próximo, encarar dona Marta e perguntar-lhe mais ou menos assim no próximo debate:
- Marta, você perguntou em seu programa se eu era casado e tenho filhos. Não. Não sou casado e nem tenho filhos. O que você tem a dizer sobre isso? O que tem a dizer sobre mim porque não sou casado e nem tenho filhos?
Assim – uma pergunta simples e direta.
Seria um espetáculo assistir à resposta de dona Marta.
Um comentário:
Não vi nada demais na propaganda, simplesmente foi perguntado se ele é casado? Se tem filhos? Não foi perguntado em nenhum momento se ele queima a rosca!!! Olha quantas vezes não vamos a uma entrevista de emprego e o recrutador nos pergunta qual o nosso estado civil? Se temos filhos? O que fazemos nas horas vagas? Essas são perguntas comuns e nem por isso as pessoas saem por ai processando recrutadores e empresas.
Sei muito sobre a vida particular da Marta, aliás, os jornais viviam publicando a vida particular dela, e engraçado esses mesmos jornais não falam nada sobre o Kassab...parece armação!!! Não vejo na Marta o meu ideal de prefeita, mas o Kassab consegue ser bem pior que ela. As pessoas deviam começar a pesquisar mais sobre a vida dos candidatos e exigirem mais também, além de pararem de falar besteira.
Por exemplo: no 1º turno, quando estava na fila de votação uma retardada tava falando na fila que ia votar no Kassab porque ele foi o prefeito que mais aumentou o salário minimo. Pode uma afirmação destas? É pra chorar, de rir!!! Mais o que se pode esperar de um país cuja a média de Q.I da população é 87, sendo que uma macaca conseguiu tirar 90. Pela média de Q.I o Kassab vai ganhar com certeza...
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