sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fogo destrói onze fazendas

No AMAZÔNIA:

Uma área de 25 mil hectares, que corresponde a pelo menos 11 fazendas de Ulianópolis, no sudeste do Pará, está sendo consumida pelo fogo ateado, há mais de 10 dias, por um grupo de sem-terra ligado ao Movimento Trabalho, Terra e Liberdade (MTL). Dezenas de tratores de esteira, carros-pipa e centenas de trabalhadores das fazendas não param de trabalhar, 24 horas por dia, para tentar conter as chamas, que já queimaram pastagens, centenas de hectares de áreas de reserva florestal, plano de manejo e de reflorestamento, destruíram pontes e praticamente dizimaram a caça que ainda existia na área invadida. Por todo o lugar se encontram restos desses animais, ossos e peles queimados.
Na manhã de ontem, a reportagem viu alguns desses invasores derrubando árvores da reserva florestal da fazenda do empresário Camillo Uliana. Um caminhão ao lado estava aguardando para levar as toras, mas os sem-terra tentaram disfarçar, e só carregaram o veículo depois que a reportagem foi embora.
Enquanto tentam apagar centenas de focos de incêndio, os produtores rurais lesados pelo ataque dos sem-terra, destruindo a natureza, não conseguem entender por que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ainda não deram as caras em Ulianópolis.
Plínio Neuls, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ulianópolis, culpa diretamente a direção do Incra pelo que está acontecendo no município. 'O Incra não sabe fazer reforma agrária, e é o responsável por tudo isso que está acontecendo', afirma. Em relação ao Ibama, ele garante que os fiscais do órgão 'fazem vista grossa para o que os sem-terra estão fazendo aqui, mas vivem encontrando defeito no que fazemos, e nos multando'.
Apesar das duras críticas, Plínio garante que em momento algum os produtores rurais de Ulianópolis irão partir para o confronto com os sem-terra. 'Confronto sempre pode existir, mas a orientação da nossa Federação (da Agricultura do Pará) e da nossa Confederação (Nacional da Agricultura) é a de que a lei seja respeitada. Por isso que estamos aguardando que o Ibama, o Incra e os governos estadual e federal compareçam e mande esse pessoal (os sem-terra) para fora das nossas terras, e nos deixe trabalhar em paz'.

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