No AMAZÔNIA:
Após 16 dias, chegou ao fim a greve dos bancários. A decisão foi tomada ontem a noite durante uma assembléia realizada na sede do sindicato em Belém. Os sindicalistas aprovaram a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Cerca de 200 trabalhadores compareceram à sede do sindicato para decidir pela continuação ou término do movimento grevista. Os bancários das agências privadas, Banco do Brasil e Banco da Amazônia aceitaram as propostas apresentadas pela Fenaban e por suas respectivas empresas, voltando ao trabalho já nesta quinta-feira, dia 23. Apenas os empregados da Caixa permanecem em greve, mas hoje à noite se encontram para decidir pela manutenção ou não da greve.
A nova proposta apresentada pela Fenaban durante a reunião de terça-feira, em São Paulo, trazia reivindicações específicas para cada empresa, por isso, a assembléia foi dividida por banco. 'Entendemos que se realizássemos uma única assembléia com todos os bancos, a categoria seria prejudicada na avaliação das propostas específicas. Portanto, decidimos que este era o encaminhamento mais adequado para que todos e todas pudessem votar com clareza e tranqüilidade', afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários, Alberto Cunha.
Segundo a diretora de comunicação do sindicato e representante dos bancários da Caixa Econômica, Maria Gaia, 'a Caixa permanece em greve porque a proposta apresentada não contemplou a pauta de reivindicações feita pelos trabalhadores. A Caixa é o banco onde a greve tem mais força já que conta com a maior adesão dos bancários. Não poderíamos aceitar uma proposta que não estivesse de acordo com nossas exigências. A orientação para amanhã (hoje) é intensificar os piquetes em frente às agências da empresa para dar continuidade ao movimento grevista', explicou. De acordo com ela, 70% dos 1.200 bancários da Caixa Econômica no Pará e Amapá aderiram ao movimento. A greve dos bancos públicos do Pará e Amapá começou no dia 7 deste mês. O sindicato dos bancários do Pará e Amapá antecipou em três dias o início da greve nacional. Os bancos privados só aderiram ao movimento dois dias depois de seu início. De acordo com o sindicato, a greve paralisou o funcionamento de 90% das agências da Caixa Econômica, 80% do Banco do Brasil, 65% do Banco do Estado do Pará (Banpará) e 10% do Banco da Amazônia (Basa). A suspensão do atendimento em bancos públicos e privados fez com que aumentassem as filas nos terminais de auto-atendimento e em centros lotéricos.
Sindicalista considera movimento vitorioso
lberto Cunha considerou a greve vitoriosa. 'Apesar de a Fenaban não atender à totalidade das reivindicações, ela apresentou avanços significativos para o conjunto da categoria. Conseguimos um reajuste acima da inflação e mostramos a força de nosso sindicato através da grande adesão nos municípios do Pará e do Amapá. Os empregados dos bancos públicos e privados demonstraram que a unidade e mobilização são capazes de garantir conquistas necessárias para a melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho nas instituições financeiras', afirmou.
Desde o início da greve, a categoria reivindica aumento do piso salarial, de R$ 921,49 para R$ 1.500, e reajuste de 13,23% para quem recebe valor acima do piso. Outra exigência é o aumento na cesta-alimentação de R$ 252 para R$ 415, além da construção de um Plano de Cargos, Carreiras, e Salários (PCCS), entre outros. De acordo com a proposta aprovada, o índice de reajuste salarial é de 10% para quem recebe até R$ 2.500 e de 8,15% para quem recebe acima deste valor. Em relação à Participação nos Lucros (PLR), os bancos propõem 90% do salário mais parcela fixa de R$ 966, com teto de R$ 6.301. Uma das preocupações dizia respeito ao desconto salarial sobre os dias não trabalhados, mas o acordo definiu que será feita compensação de horas.
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