terça-feira, 28 de julho de 2009

Rumo à privatização

No AMAZÔNIA:

Abastecimento irregular, alto índice de desperdício e coleta de esgoto praticamente inexistente. As deficiências na distribuição de água e na coleta de esgoto em Belém estão entre os argumentos mais fortes contra a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), que corre o risco de perder a concessão dos serviços de água e esgoto em Belém. A prefeitura de Belém tem interesse na retomada do serviço, que deve ser repassado em seguida para outra empresa, possivelmente privada.
O mesmo cenário, no entanto, é mostrado pelo presidente da Cosanpa, Eduardo Ribeiro, sob uma perspectiva diferente. As dificuldades para universalizar o abastecimento de água na capital paraense seriam motivos suficientes para minar o interesse de investidores privados na cidade. 'Estima-se que seja necessário investir aproximadamente R$ 2,5 bilhões nos próximos 20 anos para universalizar o serviço de saneamento. Que empresário faria um investimento nessa ordem sem ter assegurado o lucro?', questiona o presidente. Segundo ele, é provável que o lucro da empresa privada seja obtido a partir do aumento da tarifa cobrada pelo serviço.
O secretário de Saneamento dos Urbanitários, Pedro Blois, faz coro com o presidente da Cosanpa. 'Em Manaus, onde o abastecimento de água é privatizado há nove anos, estima-se que a tarifa tenha aumentado em 150%', diz. Ele afirma que aumento de preço não foi justificado em melhorias de serviço. 'O abastecimento continua precário e ainda faltam investimentos em muitas áreas. Nenhuma empresa privada vai meter a mão no bolso para fazer investimento que não vai ter retorno', garante.
Outro ponto levantado pelo presidente da Cosanpa diz respeito ao público atendido pela companhia. Ele conta que '90% do faturamento do mercado é proveniente de residências. Dentro do mercado residencial, 47% estão cadastrados como consumidores de baixa renda. Para esse público é estimado o consumo mensal de 10 mil litros e por esse consumo é cobrada uma tarifa fixa de R$ 14,00. É um mercado muito social', destaca. Na visão do presidente, isso seria motivo de prejuízo para possíveis empresas privadas que venham a assumir o serviço.'A rede de saneamento de Belém precisa ser redimensionada por conta da verticalização da cidade. Outras precisam ser trocadas, pois já estão vencidas. Além disso existe a necessidade de atender quem ainda não é atendido', enumera Eduardo Ribeiro. As dificuldades apresentadas, no entanto, não surgiram do dia para a noite. A própria Cosanpa, responsável pelo atendimento na capital e em outros 58 municípios do Pará há 38 anos, estima que 180 mil pessoas não contam com fornecimento regular em suas casas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como cidadão, consumidor e funcionário da Cosanpa, sinto-me constrangido com tudo o que tem sido publicado pela Imprensa a cerca da privatização de nossa Companhia. Ví este Blog como meio de manifestar meu repúdio sobre tudo que têm sido noticiado sobre a Cosanpa. Como funcionário, repudio a atual Gestão e o Governo Estadual atual , que têm mostrado perfeita incompetência em gerir assunto de tal importância para toda a população do Estado: a Governadora, em campanha política, teve como uma de suas bandeiras a melhoria da Cosanpa e a NÃO PRIVATIZAÇÃO da mesma, no entanto por um valor de R$70Milhões, que ela se recusa a pagar pela aquisição do SAAEB, sem saber negociar, está dando um bem tão precioso para todos de mãos beijadas para grandes Companhias privadas, depois de ter deixado a Cosanpa nas mãos de perfeitos incompetentes (além de outros adjetivos peculiares da famiglia PMDB, que encontra-se lá) na gestão que iniciou-se em 2007. O Sindicato dos Urbanitários, que sempre mostrou-se um Sindicato forte no Pará, vê-se de mãos atadas, por não poder “bater” na incompetência do Governo Estadual, já que pertencem à mesma vertente partidária, o PT, e está deixando as coisas acontecerem, o máximo que conseguiram foi fazer alguns out-doors que colocaram pela cidade, pedindo que os vereadores votem contra a privatização. Culpam o prefeito Duciomar, que também tem sim sua parcela de culpa, porém pode ser contornado com o pagamento dos R$70Milhões. Afinal, digam-me: o que é esta quantia quando falamos da exploração de nossos mananciais?? Até o sobrancelhudo aparece dizendo que é contra este processo, porém, como todos sabem, ele manda e desmanda aqui, onde é Coronel, e também vai deixando rolar, afinal seus apadrinhados que estão na Cosanpa já fizeram tudo o que esta Gestão PMDB sabe fazer muito bem... Enquanto nós, funcionários, consumidores só estamos vendo a Companhia indo pelo ralo, encurralados em um jogo de interesses sem fim, em que os envolvidos estão só ganhando e a população perdendo. Perdendo porque realmente nossos mananciais só estarão sendo explorados, e a preços bem mais elevados, literalmente venderão a água para Clientes, e terão sempre que ter lucros. Tudo isso é vergonhoso. Estamos sendo enganados e ninguém toma providências.