terça-feira, 14 de julho de 2020

Por que ficar na Secult foi a melhor solução para Úrsula Vidal? Isso ninguém explica. Nem Úrsula.

Posicionamento sobre as #Eleições2020!

Publicado por Ursula Vidal em Terça-feira, 14 de julho de 2020

Úrsula Vidal é uma jornalista, uma comunicadora experiente.
Com certeza, sabe aquela regrinha básica: quando nada se tem a dizer, é melhor nada dizer.
Não é possível que não conheça essa regra.
Mas, se a conhece, não a pôs em prática nesse vídeo que está em seu perfil no Facebook.
No vídeo, ela tenta explicar os motivos de sua desistência de disputar a Prefeitura de Belém.
Vejam os argumentos da titular da Secult e considerem o seguinte: por nada ter a dizer, ela não deveria ter dito nada.
A secretária assim deveria ter agido porque os argumentos que expende não são críveis, não são razoáveis, sobretudo tratando-se de gestora pública que já foi candidata ao governo do Pará e que aspirava a ser prefeita de Belém.
Quando resolveu continuar na Secult, há um mês e meio, preferindo não se desincompatibilizar em 4 de junho, Úrsula, como se disse aqui no blog, pagou pra ver. Sua opção, segundo explica agora, foi ficar na Secult - como dezenas de outros secretários de Cultura -, à espera do desenrolar dos acontecimentos relativos à aprovação da PEC que adiaria as eleições para novembro e que ainda estava em discussão no Congresso.
Mas por que a secretária desiste agora?
Por que não esperou a resposta da consulta que formulou ao TSE, segundo nota ao lado, publicada no Diário do Pará na quinta-feira passada, 9 de julho?
Há um mês e meio que os movimentos da secretária são - ou eram - típicas de uma pré-candidata.
Úrsula, por exemplo, fez gestões para seu nome, como representante do Podemos, ser aprovado na plenária do PT como cabeça de chapa  à Prefeitura. Isso é tanto verdade que ela foi apresentada como alternativa, juntamente com o nome de Edmilson Rodrigues (PSOL), que acabou suplantando-a, por larga margem, como o candidato que vai se aliançar com o PT em novembro.
É fato que quando a PEC que adiou as eleições foi aprovada primeiramente pelo Senado, no dia 23 de junho, as discussões que se desenrolavam bem antes indicavam claramente que o pleito seria adiado.
Por que a secretária, àquela altura - finais de maio, início de junho -, não optou por deixar o cargo em 4 de junho, preservando-se assim de quaisquer riscos de vir a ser impedida de se desincompatibilizar mais à frente - o que acabou mesmo acontecendo?
Úrsula diz que a PEC promulgada pelo Congresso e convertida na EC 10720 "deixou as regras do calendário eleitoral abertas a muitas interpretações". É outro argumento que não se sustenta.
Não existe, em sã consciência, quaisquer interpretações dúbias da EC quanto a prazos. Por isso o blog disse, em postagem do dia 29 de junho: A regra é clara. E pela regra, Úrsula não pode mais disputar a eleição para prefeito de Belém.
A regra sempre foi clara para todo mundo. Menos, é claro, para assessores ou para integrantes de sua entourage a quem Úrsula deu ouvidos para tomar a decisão de ignorar a data de 4 de junho como o prazo final para sua desincompatibilização.
Por isso, perdura o grande mistério: que argumentos foram tão fortes, tão convincentes, tão decisivos para convencer Úrsula Vidal de que, em vez de sair do cargo no dia 4 de junho por medida de segurança, seria preferível ela permanecer como secretária, correndo 1 trilhão de riscos de ver sua candidatura inviabilizada?
Esse mistério, apenas a secretária poderá esclarecer.
Repita-se: seus movimentos, até aqui, eram típicos de uma pré-candidata.
Uma pré-candidata, ressalta, que até formulou consulta ao TSE.
Por que desistiu de uma hora para outra? Porque há uma "situação de instabilidade jurídica", como diz a secretária no vídeo.
Não.
Não existe instabilidade jurídica alguma.
Existem duas certezas.
A primeira: as regras contida na EC 107/20 relativa a prazos são claríssimas.
A segunda: atores políticos, que ninguém sabe ao certo quem são, envolveram Úrsula com argumentos que a fizeram entrar na aventura de ficar na Secult, imaginando que essa seria a melhor solução.
Não foi.
Por isso, ela agora renunciou expressamente à sua pré-candidatura.

2 comentários:

kenneth fleming disse...

Um certo senhor, com muito poder politico no Pará, rodeado de pai, mãe e primo também com poderes, simplesmente disse a ela : olha maninha, como você muda de partido a cada duas luas cheias, não consigo ter confiança politica em você. Continue Secretaria de Estado.

Anônimo disse...

Muito (des)filosófica a explicação, que nada se explica e nada se conclui.