sexta-feira, 7 de novembro de 2014

"Meu irmão não era um vagabundo. Não era um vadio".




Olhem só, meus caros.
Espiem nas imagens acima.
São imagens de uma reportagem (acessível aqui) que a TV Liberal mostrou em seus jornais de ontem.
Esse rapaz, lá no alto, é Jefferson Cabral dos Reis, uma das vítimas da matança da última terça-feira à noite, em Belém, logo após a execução do cabo PM Marco Figueiredo, no bairro do Guamá.
"[Queremos] Justiça. Porque meu irmão não era um vagabundo. Estão aqui os papéis e a camisa dele, da empresa onde ele trabalhava. Ele não é vadio, não. Justiça, justiça para o meu irmão", diz essa moça que aparece abaixo, inconformada.
Não é preciso apenas ter coração forte para enfrentar as imagens escabrosas que criminosos virtuais mandam pelas redes sociais e pelos aplicativos de celulares, mostrando fotos montadas ou fazendo brincadeiras escabrosas com o sentimento dos outros.
Mais do que isso, é preciso ter coração forte para assistir, aí sim, à vida real, verdadeira, sem montagens e sem retoques, desfilar diante de você, em imagens que mostram o desespero, a angústia, a irresignação e a revolta, como a dos familiares de Jefferson e de outras pessoas inocentes foram assassinadas em Belém.
O governador Simão Jatene, numa entrevista coletiva, disse ontem, conforme matéria disponível na Agência Pará, que "se o governo não pode, muitas vezes, evitar o delito, ele tem o dever de investigar, dar soluções aos casos e garantir total apoio para amenizar a dor das famílias, e evitar que a impunidade termine contribuindo para a reprodução de mais crimes”.
Sim. O governo não só tem o dever de investigar como dispõem, supõe-se, de mecanismos legais, técnicos e de inteligência para esclarecer esses crimes e restaurar entre as famílias de inocentes e a sociedade o alento de que o Estado existe para nos proteger, e não para deixar que matem inocentes.
Tem mais. Coleguinhas que apresentam programas policiais bem que poderiam parar com essa hediondez de reproduzir mensagens de populares, pregando aquela velha e asquerosa máxima de "bandido bom é bandido morto".
E se os sujeitos - e as sujeitas - que mandam essas mensagens para estúdios de veículos de comunicação forem confundidas com bandidos e levarem um tiro na cabeça, porque o atirador, concordando com elas, acha também que bandido bom é bandido morto, como é que vai ficar?
Milícias, meus caros, são sintomas de barbárie.
A barbárie é a morte.
Queremos isso aqui em Belém, no Pará, em qualquer lugar?
Queremos?


2 comentários:

Anônimo disse...

A matança de 11 cidadãos em Belém

Sarcasmos, ironias, desrespeitos mil
Ofensas, preconceitos, ódios. Oh, Brasil!
Capitais, cidades e vilarejos à mercê do crime
Infelizes famílias chorando seus mortos. Brasil deprime.
Eleições, votos cabrestados, fraudes. Três Poderes nos dá tanta arrelia.
A corrupção, o crime do pé de chinelo ao colarinho branco. Brasil, que agonia...
Esquerda direita, um dois feijão com arroz. Brasil deprime, dá agonia e não acerta o passo.

AHT disse...

PARTIDOS E SUAS SIGLAS E NÚMEROS, NADA MAIS DO QUE ISSO... 10,11,12,13,14,15,16,17,19,20,21,22,23,25,27,28,29,31,33,36,40,43,44,45,50,51,54,55,65,70,77,90

A REALIDADE CONTINUA CRUEL:
O MUNDO VIRTUAL DAS "REDES SOCIAIS" POTENCIALIZA A BARBARIE?

A matança de 11 cidadãos em Belém. É o nosso Brasil.

Sarcasmos, ironias, desrespeitos mil,
Ofensas, preconceitos, vilanias. Oh, Brasil!
Capitais, cidades e vilarejos à mercê do crime
Infelizes famílias chorando seus mortos. Brasil deprime.
Eleições, currais, fraudes. Três Poderes & Ignomínia.
Dos crimes por um real aos bilhões. Brasil agonia.
A marcha sem rumo, um dois feijão com arroz,
Direita esquerda, sem fanfarra. Brasil, cadê a bandeira?
Esperança tola. Brasil, quando acertaremos o passo?