quarta-feira, 29 de junho de 2011

Corinhtians, o único

É impagável, é imperdível, é único - literalmente - o texto abaixo, assinado por Juca Kfouri e publicado na "Folha" de segunda-feira última.
O título é singelo.
Singelo e profundo.
Singelo e verdadeiro.
O título é: "Corinthians, o único".
O artigo mostra, em resumo resumidíssimo, que o Corinthians é lembrado até quando não é parte da festa.
Isso é tão verdadeiro que vale um depoimento.
Um depoimento concreto.
E verdadeiro.
O repórter se encontrava em São Paulo na quarta-feira passada, quando o Santos decidiu a final da Libertadores contra o Peñarol do Uruguai.
Saiu um gol, o primeiro, do Santos.
Os santistas, claro, explodiram de alegria.
Pois ressoou - alto, límpido, claro -, bem perto do apartamento do repórter, o grito de um santista.
Sabem qual era o grito?
Foi assim que o santista comemorou o gol do Santos: "Chupaaaaaaaa, Curinnnnnthians".
Era assim.
Não era "Chupaaaaaaaa, Palmeiras", nem "Chupaaaaaaaa, São Paulo", nem tampouco "Chupaaaaaaaa, Íbis" (o pior time do mundo).
Não.
Era "Chupaaaaaaaa, Curinnnnnthians".
Que coisa!
Leiam o artigo do Juca e você vão entender por que o Corinthians é único.

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Único invicto entre os paulistas neste Campeonato Brasileiro; único time a derrotar, e golear, o líder São Paulo até aqui; único a jamais ter feito a festa que os santistas fazem pela terceira vez, assim como os tricolores já fizeram outras três e os palmeirenses ao menos uma; este é o Corinthians, único também entre os grandes de São Paulo sem casa própria.
E foi no Pacaembu, na casa que virou sua sem sê-la, que o Timão se aproveitou dos desfalques são-paulinos e o venceu sem dificuldades depois que o tricolor ficou com dez em campo, ainda no primeiro tempo.
Os 5 a 0 foram a exata tradução da superioridade alvinegra, coroada com olé e uma infinidade de bolas entre as pernas.
Pois o Corinthians é tão grande, e aparentemente tão mais importante que os rivais, embora não possa concorrer com nenhum deles na relevância dos troféus conquistados, que impressiona como nenhum de seus adversários festeje coisa alguma sem fazer questão de lembrá-lo.
Se é ainda polêmica a tese freudiana sobre a inveja que a mulher teria do pênis, parece indiscutível o ciúmes que o tamanho da torcida corintiana desperta em seus concorrentes.
Porque não há outra explicação para as inúmeras agressões à nação corintiana em meio aos mais que justificados festejos praianos, assim como acontece quando a festa é alviverde ou tricolor - ou até mesmo rubro-negra e colorada.
Se é raro que o Corinthians tenha uma direção que chame a atenção por suas qualidades, como na época dourada da "Democracia Corinthiana", é frequente que se veja apontados entre os defeitos do seu comando os mesmos que se apresentam nos demais clubes.
E se o Corinthians não é o único dos grandes paulistas a conhecer a segunda divisão, só ele ganhou o primeiro Mundial de Clubes da Fifa, apesar de também apenas ele ter o título contestado.
Quem sabe um dia o Corinthians seja visto como mais um, depois de ganhar sua Libertadores e inaugurar o seu estádio, sobre o qual, com razão, pairam as mesmas críticas que um dia recaíram sobre o Morumbi, justa ou injustamente.
Porque imaginar o Corinthians com torcida menor do que alguém é perda de tempo, o que deixa um único caminho aos rivais: o de se dar conta que se nem festa são capazes de fazer sem lembrar a existência corintiana é porque importante mesmo é quem é sempre lembrado.

2 comentários:

Samuel Mota disse...

Paulo, é importante lembrar que o Corinthians é um time que transcende o esporte. Quem vive e viveu em São Paulo sabe disso. Corinthians é um tipo misto de prazer pela escola de Samba Gaviões da Fiel e religiosidade pelo Clube. Torcer pelo Timão transcende o imaginário. Qual é o time brasileiro que tem em sua cidade-sede uma rede de lojas com artigos esportivos do Clube ?? Quem visita Sampa, percebe este trabalho de marketing forte. A torcida do Corinthians representa a cara do povo brasileiro ou do mundo (São Paulo tem gente dos "quatro cantos do mundo"), Quando o Timão joga um clássico pode-se notar no campo essa miscigenação esportiva, com o banguela e o dente metálico vibrando abraçados na hora do gol deste grande Corinthians.

Anônimo disse...

O Corinthians foi lembrado por causa da arrogância de seus torcedores, simbolizados pelo ex-presidente de traços ditatoriais Lula.
E precisa chupar muito peixe para sonhar em ganhar uma Libertadores.
O timinho preto e branco é muito caseiro.