terça-feira, 1 de março de 2011

Quem tem peito de peitar os grupelhos organizados?

O Paysandu não pôde treinar hoje de manhã.
Foi ao campo do Kasa, no bairro do Coqueiro, mas não conseguiu trabalhar.
O trabalho foi interrompido pelos integrantes de uma torcida dita organizada, que foram ao Kasa para fazer cobranças, depois que o time levou uma peia do São Raimundo, em Santarém, no último domingo.
O grupelho organizado que foi ao Kasa é o mesmo que deu a maor força, o maor apoio para a eleição do boquirroto presidente do clube, Luiz Omar Pinheiro, aquele que quando está presente está ausente.
Que coisa!
O blog já defendeu essa posição, mas nunca é demais repetir: é um absurdo, um despropósito, um acinte um clube interromper um treinamento - atividade de trabalho, atividade laboral, vale dizer - porque uns gatos pingados de torcida dita organizada foram atrapalhar.
O clube deveria ter chamado os seguranças para retirar o grupelho de lá.
Simplesmente isso.
Mas não. O elenco é que voltou de armas, bagagens e bolas para a Curuzu.
Em vez de botar os invasores pra fora, o Paysandu é que saiu fora.
Céus!
Isso é incompreensível. Por várias razões.
Primeiro, porque as torcidas organizadas, inclusive a do Remo, estão proscritas. Por sentença judicial.
Segundo, porque os integrantes dessas torcidas - que estão proscritas, repita-se - cometem um ilícito quando se investem dessa condição para impedir que profissionais trabalhem.
Terceiro, porque é uma imoralidade esse conluio - maldisfaraçado e, ao contrário, às vezes até mesmo escancarado - entre cartolas e grupelhos que formam as ditas (e proscritas) torcidas organizadas.
E por último, mas não menos importante, porque torcedores - integrantes ou não de torcidas ditas organizadas - não têm o direito, o mínimo direito, de atrapalhar um treinamento.
Os torcedores, qualquer um, têm direito, sim, de xingar o time num dia de jogo com todos os palavrões do mundo, de A até Z, de Z até A. Por quê? Porque ali estão na condição de consumidores? Estão assistindo àquilo que coleguinhas classificam de espetáculo (hehehe).
Nessa condição, a de consumidores, torcedores podem protestar à vontade, desde que isso não descambe, é evidente, para violências físicas contra ninguém.
Mas torcedores que vão a um treino não têm o direito de dar um pitaco sequer. Porque estão ali sem pagar. E porque aquele é um momento em que jogadores profissionais estão trabalhando.
É por isso que, em situações como essa, corneteiros de qualquer espécie deveriam ser retirados do local.
Mas quem tem peito de fazê-lo?
Quem?

Leia mais aqui no blog, sobre o assunto:

Por que tolerar vândalos de “torcidas organizadas”?
A selvageria nos estádios, apesar da sentença e de leis
Uma terra sem lei
Tomara que Curitiba dê exemplo. Um grande exemplo.
Torcidas de primeira, dirigentes de terceira

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