quinta-feira, 15 de abril de 2010

Uma terra sem lei

Na coluna – excelente, como sempre – sob o título de “Extintas, mas não desarticuladas”.

A extinção das “torcidas” Terror Bicolor e Remoçada se deu apenas na personalidade jurídica. Na realidade, ambas continuam articuladas e até uniformizadas, atuando com outros nomes, mantendo relação direta com a Polícia Militar em encontros preparatórios para Re-Pas, episódios de violência e prisões seguidas de soltura imediata, por descompromisso da Polícia Civil, impotência do Ministério Público e omissão do Judiciário. O Tribunal de Justiça já disse que processos de violência ou desordem dos eventos esportivos não são prioritários. Tanto que os oito desordeiros que brigaram no gramado do Baenão em 2006, após o jogo Remo x CRB, ainda não foram julgados, apesar de processados. É a desmoralização das instituições, incapazes de fazer cumprir a Lei.

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Do Espaço Aberto:

Isso é realmente um escândalo.
Um escândalo – como todas as letras.
As torcidas organizadas, como se sabe, estão proscritas.
A Justiça determinou que fossem fechadas, extintas.
Se existem de fato, são clandestinas.
A Polícia Militar desconhece isso?
Dirigente de clubes do Pará desconhecem isso?
Que nada!
É que a lei – e sentenças judiciais fazem lei entre as partes, como se sabe –, como se sabe, por aqui é potoca.
Razão tinha mesmo Magalhães Barata.
Razão tinha ele.
Mas, às vezes, a lei por aqui é menos do que potoca. É simplesmente ignorada.
É como se não existisse.
Uma terra sem lei.
Essa é a sensação que temos em situações como a que Ferreira aborda.

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