segunda-feira, 21 de março de 2011

CPI que pede apuração de fraudes ganha fôlego

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL), para apurar fraudes na folha de pessoal da Assembleia Legislativa, começa esta semana com combustível suficiente para ganhar as adesões necessárias - quatro ao todo - que permitirão a sua instalação.
Lideranças partidárias devem procurar o presidente da Casa, Manoel Pioneiro (PSDB), para dizer-lhe que é preciso reavaliar o que chamam de "fatos novos", um deles a instauração, pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), da Polícia Civil, de inquérito para apurar as fraudes, que alcançariam estimados R$ 2 milhões.
"Vamos pedir uma reunião com o presidente Manoel Pioneiro, para que ele nos adiante algumas informações sobre o que já foi apurado até agora pela comissão de sindicância. Se o resultado da apuração não nos satisfizer, eu, pelo menos, serei favorável à CPI. Mas precisamos primeiro ver o que já foi apurado até agora", disse ao blog o deputado Raimundo Santos, líder do PR. O partido, que tem mais três parlamentares (Júnior Hage, Eliel Faustino e Luzineide) tem sido apontado como o fiel da balança para viabilizar a abertura da CPI.
"Diantes de fatos novos que estão surgindo, acho que precisamos nos reunir novamente com o presidente da Casa para avaliarmos a situação", completou o líder do governo, deputado Márcio Miranda (DEM) - na foto.
Santos e Miranda lembraram que há cerca de três semanas, numa reunião entre as lideranças e o presidente da Assembleia, ficou acertado que todos esperariam a conclusão da comissão de sindicância, um procedimento investigatório interno para apurar as fraudes na folha. Como a apuração já se encaminha para o seu final e diante dos novos fatos que estão surgindo, os deputados acreditam que já se justifica uma revaliação do quadro.
Muito embora ainda se mostre cauteloso em relação à instauração da CPI, Márcio Miranda concordou com o teor de postagem feito aqui no blog, mostrando que uma investigação das suspostas fraudes por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito em nada atrapalharia outras investigações em curso, seja no âmbito policial, do Ministério Público ou da própria comissão de sindicância.
"Você tem razão. Uma CPI tem muito mais poderes para apurar do que uma comissão de sindicância. Por isso é que nós deveremos reavaliar tudo isso. Mas o nosso objetivo é maior é preservar a imagem da Assembleia Legislativa, daí a nossa preocupação em esclarecer todos os fatos", reforçou o líder do governo ao repórter.
Raimundo Santos, o líder do PR, ressaltou ao blog que, muito embora o posicionamento pessoal do presidente estadual do partido, Anivaldo Vale - vice na chapa de Ana Júlia Carepa na eleição de 2010 -, seja no momento evitar a CPI, os quatro deputados do partido não foram chamados até agora, pela direção partidária, para definir uma linha de procedimento em relação ao assunto. Portanto, os quatro sentem-se livres para adotar, inclusive, postura eventualmente diversa da que o presidente do partido defende.

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