No AMAZÔNIA:
O que os criadores de suíno e comerciantes tanto temiam aconteceu. Nem mesmo a mudança do nome 'gripe suína' para 'Influenza A' e a garantia dos órgãos de saúde de que a carne do porco não provoca a doença, conseguiu manter aquecida a venda do produto. Em Belém, a queda nas vendas pode chegar a 40%. Alguns supermercados, com medo de terem prejuízos por causa da pouca demanda, simplesmente retiraram a carne de porco resfriada das prateleiras. O preço também é desfavorável aos supermercadistas e produtores, com redução de cerca de 30%. E os problemas não pararam por aí. Com a notícia de focos da peste suína no Estado, muitos comerciantes, temendo uma retração ainda maior do produto, estão mantendo seus estoques vazios.
Alaci Corrêa, diretor dos Supermercados Nazaré, conta que o consumo da carne de porco começou a cair há cerca de três meses, logo que a notícia de existência de uma nova gripe, oriunda do animal, se espalhou pelo mundo. 'As vendas caíram 40%', revela. 'O preço do produto também diminuiu cerca de 30%', acrescentou.
De acordo com ele, as vendas, aos poucos, estavam voltando a se equilibrar, graças à constante divulgação sobre falta de risco de se contrair a Influenza A através da carne de porco. Porém, as notícias do aparecimento de focos da peste suína no Estado interromperam a reação - mesmo a doença não oferecendo riscos à população. Com mais esse problema pela frente, Alaci parou de vender a carne de suíno resfriada em sua rede de supermercados há 40 dias. 'Nós retiramos das prateleiras quando a peste surgiu no Amapá. Mas não foi por medo do nosso produto causar algum mal para o consumidor, porque a carne que os supermercados vendem passam por órgãos de vigilância sanitária. O motivo é que não adiantava termos o produto, se o cliente não ia comprar. Estamos apenas com a industrializada, que também tem enfrentado redução nas vendas', explica.
Enquanto isso, a comercialização do frango - que passou a ocupar ainda mais a mesa do paraense - subiu 30%. 'Ele acabou substituindo a carne de porco. Já que a carne bovina, continua um pouco mais cara', explicou Alaci.
Os problemas não se resumem aos comerciantes. Quem mais tem sentido o duro golpe são os criadores. No Pará, o número de cabeças de suíno ultrapassa os 700 mil, de acordo com o último censo divulgado pelo Instituito Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2006. Ou seja, o Estado lidera a lista dos produtores da região Norte.
Mesmo assim, Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), revela que os impactos econômicos não são grandes, já que o Pará conta, na maioria dos casos, com pequenos produtores.
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