No AMAZÔNIA:
Quem quiser sair rumo aos balneários na sexta-feira vai enfrentar tumulto para conseguir transporte. Isto porque, depois de sucessivas negociações sem sucesso para reajuste de salário e aumento no valor do vale-alimentação, os trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários em Empresas de Transporte de Passageiros Interestaduais, Intermunicipais e Turismo (Sintritur) decidiram entrar em greve. Eles devem avisar a Justiça do Trabalho e as empresas e, dentro de 72 horas, deflagar o movimento paralisando todas as principais empresas, segundo o presidente da entidade sindical, Antônio Flávio Ferreira. Mantido os 40% da frota exigidos por lei, serão menos 300 ônibus para fazer as viagens aos locais mais procurados das férias de julho.
Os rodoviários se reuniram ontem o dia todo em assembléia geral e decidiram pela greve por volta de 20h. A idéia é agregar e convencer a maioria dos dez mil funcionários que trabalham no setor. A estratégia será fazer piquetes nos principais pontos de concentração de trabalhadores. O maior deles é o Terminal Rodoviário, em São Brás, porém, as garagens das maiores empresas de transporte intermunicipal e interurbano também serão alvo dos grevistas. Transbrasiliana, Boa Esperança, Estrela do Mar, Transarapari, Excelsior, Translíder, dentre outras, terão atenção especial do comando do movimento.
Na reunião, que se iniciou pela manhã, os membros do sindicato dos trabalhadores rodoviários e a patronal se encontraram para negociar reajustes salariais pela quinta vez, sem chegar a um consenso. A proposta inicial dos rodoviários era de um reajuste de 14% nos vencimentos mensais e a concessão de tíquetes de alimentação no valor de R$ 350. Depois de muitas negativas por parte dos patrões, a categoria reduziu a proposta para 8% e estipulou o valor de apenas R$ 200 para os tíquetes.
A patronal, no entanto, alega que o reajuste máximo que pode oferecer é de 5,83% nos dois itens da pauta de negociação. Segundo Antônio Flávio, atualmente, a categoria tem ganho salarial de R$ 1.045 e tíquete de R$ 60, além de ter desrespeitado o direito ao pagamento de horas extras e adicional noturno. Ontem à noite, após a decisão do Sintritur, a reportagem tentou contato telefônico com a patronal, mas não conseguiu resposta.
O presidente do sindicato declara que a prosposta inicial foi modificada para facilitar as negociações. 'Já aceitamos reduzir o percentual para mostrar que não somos intransigentes. O que nós não podemos aceitar é esse percental de 5,83% porque é muito pouco'. De acordo com Antônio Flávio, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros Intermunicipal no Estado do Pará alega que não pode aumentar o salário devido à concorrência com transportes clandestinos e alternativos.
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