domingo, 19 de julho de 2009

Reajuste não anima taxistas

No AMAZÔNIA:

Pegar um táxi em Belém está prestes a ficar mais caro. O reajuste da tarifa depende apenas da homologação do prefeito Duciomar Costa, mas basta observar um pouco mais de perto a atividade dos taxistas em Belém para constatar que mesmo com a proximidade do aumento, não faltam dificuldades para a categoria.
O número excessivo de permissões inchou o setor e há muito mais veículos circulando que o necessário; o combustível no Pará é caro; mototáxis e vans clandestinas se alastram; e, para muitos, o taxímetro se tornou um mero enfeite, pois as corridas são previamente negociadas. Além de tudo isso, ao final de cada ano, o taxista ainda tem que ser aprovado em três 'vestibulares': vistorias do Detran, CTBel e Inmetro.
Pelo tamanho da população da cidade, deveria haver até três mil táxis, segundo o presidente interino do sindicato da categoria em Belém, Sérgio Galvão. Contudo, o número exato de permissionários é 5.427, sem contar com os 'cabritos', como são chamados os veículos particulares que, de forma irregular, rodam como táxi. Há ainda a concorrência com os veículos de Ananindeua e Marituba que rodam na capital, pois é onde há maior quantidade de usuários do serviço.
Com tanto carro, é inviável circular à toa, pois corre-se o risco de gastar combustível sem fazer sequer uma corrida. A estratégia atual é a união em associações e cooperativas, que esperam a ligação de clientes. No entanto, muitos dos veículos quem vêm dos municípios vizinhos para deixar passageiros aproveitam para fazer mais corridas na capital. 'A pessoa acaba fazendo sinal para esse taxista, que não é de Belém. Sem contar com o risco de pegar um ‘cabrito’, que não oferece qualidade nem segurança', diz Sérgio Galvão.
Para a categoria, a consequência é drástica; para o cliente, não é tão boa quanto parece, já que a qualidade do serviço acaba comprometida. 'Meu pai trabalhava oito horas por dia como taxista, tirava uma renda normal e não precisava se matar. Agora, a média de trabalho de um taxista é 16 horas por dia, para ganhar metade da renda de antigamente', compara o presidente em exercício do Sindicato dos Taxistas de Belém. Segundo ele, o inchaço da categoria foi resultado da politicagem; o Governo do Estado concedia permissões em troca de apoio político, antes da municipalização trazida pelo Código de Trânsito Brasileiro, em vigor desde 1998.O jornal Amazônia entrou em contato com a assessoria de imprensa da CTBel na última terça-feira, mas até o fechamento da edição, na sexta-feira, não foi colocado em contato com a pessoa responsável pela fiscalização de táxis em Belém, para uma entrevista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por toda Belém proliferam postos de taxi, seja ou não clandestinos.
Basta abrir um prédio comercial e pronto!
Pior é que a CTBEL não multa esse pessoal. Por que? Estranho, não é?