sexta-feira, 24 de julho de 2009

Negociação frustrada

No AMAZÔNIA:

Os sem-terra da Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) que invadiram ontem, uma área do Conjunto Espírito Santo, em Xinguara (PA) de propriedade da Agropecuária Santa Bárbara, deram prazo até o final do dia de ontem para que os funcionários de outra área do mesmo Conjunto Espírito Santo desocupem suas casas. Nova invasão é iminente.
Na tarde de ontem, um contingente de policiais liderados pelo Coronel Ricardo, da Polícia Militar de Xinguara, e pelo delegado Ocimar, da Polícia Civil, esteve no Conjunto Espírito Santo para negociar com os invasores da Fetraf. Não houve acordo e os sem-terra permanecem ocupando as moradias dos funcionários, os quais, foram arrancados à força de suas residências e tiveram seus pertences destruídos, segundo a empresa. Os policiais foram embora, deixando os funcionários à mercê dos invasores.
A invasão ocorreu na tarde da última quarta-feira. A propriedade pertence à Agropecuária Santa Bárbara, ligada ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. A Justiça Federal decretou na sexta-feira passada o sequestro de mais de 20 fazendas e de cabeças de gados, correspondentes a todo o complexo da propriedade da Agropecuária Santa Bárbara. É primeira reação dos sem-terra após a decisão judicial.
A informação da invasão foi divulgada pela própria empresa. Em comunicado, a Agropecuária Santa Bárbara disse que aproximadamente 100 trabalhadores sem-terra invadiram a fazenda 'de forma violenta e portando armamento pesado'.
A empresa afirmou que os invasores queimaram duas pontes de acesso aos retiros, além de sequestrarem um segurança da propriedade. Os trabalhadores sem-terra, segundo a empresa, tomaram os rádios de comunicação e expulsaram os funcionários que moram no local. A Agropecuária Santa Bárbara disse que os invasores colocaram em risco a vida de pessoas com a forma violenta de invasão da propriedade.
A reportagem tentou entra em contato com a direção da Fetraf em Brasília e com a representação da Federação no município de Marabá, no sudeste do Estado, mas não obteve resposta para saber as causas da ocupação da área.
A Agropecuária Santa Bárbara, desde o ano passado, é alvo das invasões dos trabalhadores sem-terras, principalmente após a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. A Operação ligou a propriedade a uma suposta lavagem de dinheiro. A empresa ocupa uma área de aproximadamente 500 mil hectares de terras no sudeste do Estado, região com altos índices de grilagem de terra e conflitos agrários no país.

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