No AMAZÔNIA:
A história se repete a cada semestre. Veranistas deixam rastro de toneladas de lixo pelas praias. O volume de entulho aumenta conforme a quantidade de turistas, com uma tímida influência positiva das campanhas ambientais. De qualquer forma, continua a luta do Poder Público e de ONGs para conscientizar a população a não sujar as praias e convencê-la de que é possível se divertir sem destruir a natureza.
Na última quinta-feira já foi possível observar que muitas pessoas não se importam em jogar lixo no chão. A praia do Outeiro já havia começado a ficar movimentada e, ao mesmo tempo, suja. Como o prometido pela Prefeitura Municipal de Belém, há contêineres espalhados à vista de todos - pelo menos um em frente a cada barraca. Mesmo assim, a maioria não se dá ao trabalho de levantar e jogar os dejetos no local apropriado.
Apesar do panorama pouco animador, a coordenadora de projetos ambientais da Sesan, Elvira Pinheiro, garante que já houve um bom avanço em relação a 2005, quando a prefeitura começou um trabalho educativo sistemático. Na época, as especificações dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) de Mosqueiro eram ignoradas; onde era para haver apenas materiais recicláveis, a população colocava qualquer tipo de lixo, o que inviabilizava a reciclagem. Hoje em dia, conta a coordenadora, muitos procuram as equipes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) para obter saquinhos, de forma a não despejar sujeira na praia.
Tais sacolas fazem parte da estratégia da Sesan para este mês de férias escolares. Serão distribuídas 30 mil, em pontos estratégicos nas entradas de Outeiro, Mosqueiro, Cotijuba e Icoaraci, as principais praias de Belém. Em Mosqueiro, haverá um catador durante todo o mês para recolher materiais recicláveis das ruas. Nos finais de semana, no mesmo distrito, 12 agentes ambientais percorrerão as praias para conscientizar os veranistas e distribuir as sacolas.
Elvira Pinheiro alerta que já não há mais tempo para esperar; se a degradação ambiental continuar no ritmo atual, em poucas décadas os balneários estarão totalmente comprometidos. Atitudes que parecem bobas, como despejar restos de camarão e caranguejo na areia da praia - materiais orgânicos e com rápida decomposição - trazem grandes prejuízos. Isto porque, ao serem decompostos, os restos dos animais contaminam a areia. Normalmente, na subida da maré, a água puxa a sujeira e acaba sendo poluída também. Com isto, as algas, peixes e raízes dos rios e mares ficam em risco e toda a biodiversidade é ameaçada.
'Para qualquer ocasião, com qualquer alimento, é necessário a pessoa ter uma sacola. Depois que estiver cheia, tem que amarrar bem e colocar em um contêiner, que vai estar por perto, pois tem em todas as praias. Em vez disso, tem gente que, até hoje, joga latinha de refrigerante pela janela do carro', lamenta Elvira Pinheiro.
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