quinta-feira, 16 de julho de 2009

Família clama por justiça

No AMAZÔNIA:

Revolta e saudade marcaram o velório de Emerson Willies Cruz Freitas, 37 anos, morto anteontem na avenida Pedro Miranda com a travessa Perebebuí, por policiais militares da 1ª Zona de Policiamento. Segundo testemunhas, Emerson foi baleado porque, ao ser abordado, os policiais deduziram que ele ia sacar uma arma quando, na verdade, mostraria um walkman que estava na cintura dele. A mãe da vítima, Célia Maria Cruz Freitas, de 53 anos, disse que vai acionar judicialmente o Estado.
Como parte do inquérito policial, o diretor da Seccional Urbana da Pedreira, delegado Fernando Flávio, vai ouvir, a partir de hoje, pelo menos dois familiares da vítima. Ainda anteontem, após o crime, o delegado tomou depoimento dos três oficiais da guarnição que abordou Emerson, e, também, duas testemunhas da morte. Até ontem, não foi feito nenhum pedido de prisão preventiva dos militares envolvidos no inquérito, remanejados para outra área da cidade.
O velório de Emerson Willie reuniu familiares e amigos, na capela da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, na avenida Pedro Miranda com a travessa Barão do Triunfo. Emerson sempre morou com a avó paterna, Maria Joana. Para seus familiares, a morte dele 'foi uma crueldade dos policiais', porque Emerson não teve chance de defesa. Emerson sofria de esquizofrenia e era muito conhecido na avenida Pedro Miranda, por onde costumava caminhar. Ele nunca foi uma pessoa agressiva. Familiares contaram que ele gostava de caminhar falando que era autoridade, como, por exemplo, deputado federal e delegado de Polícia.
Célia Freitas chorou muito durante o velório do filho. A artesã Maria da Graças, conhecida dos familiares de Emerson, declarou que ele recebia uma pensão e tinha um andar diferente, por causa da enfermidade, mas nunca foi uma pessoa agressiva. Amigos de Emerson lembravam que ele costumava ir à missa na Igreja de Aparecida, às quintas-feiras.
As informações obtidas pela família sobre a morte são de que, ao ser abordado pela guarnição da 1ª Zpol, integrada pelo tenente Jairson Rosa Vaz e pelos cabo Carlos Renato Oliveira e soldado Genilson Costa, Emerson teve uma arma apontada para a cabeça dele. Ele foi mostrar aos policiais o walkman preso à cintura e acabou sendo alvejado com um tiro em um dos braços e outro nas costas. Segundo os policiais militares, o homem reagiu à prisão e teria em seu poder um revólver, arma apresentada na seccional pelos policiais.
Versão - Ainda anteontem, o tenente J. Vaz disse que havia ordenado a Emerson que colocasse as mãos na cabeça. O homem, segundo o policial, teria se movimentado rapidamente e sacado uma arma de fogo. Então, o oficial atirou em Emerson, como relatou o próprio tenente. O soldado Genilson atirou no homem, que correu, mesmo ferido, para, adiante, cair no chão. Os policiais levaram o homem para o Hospital do Pronto Socorro Municipal da travessa 14 de Março. Emerson chegou morto ao HPSM.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lá por volta do ano de 2022, talvez, quem sabe,com sorte, a dona Justiça, conhecida por sua "agilidade", começará a julgar os culpados dessa estúpida morte.
Isso se, e somente se, o corporativismo da PM deixar.
Ainda há o sério risco de ficar provado que o morto disparou uma bala com seu walkman de músicas, provocando o (des)proporcional revide dos (des)preparados puliças!